BOATE KISS SÉRIE: fotos e histórias reais das vítimas que inspiraram personagens de Todo Dia a Mesma Noite, da Netflix
Em Todo Dia a Mesma Noite, série da Netflix sobre o incêndio na Boate Kiss, Paola Antonini, Nicolas Vargas, Manu Morelli, Luan Vieira, Miguel Roncato e Sandro Aliprandini interpretam vítimas da tragédia
Dez anos depois do incêndio na Boate Kiss, ocorrido em 27 de janeiro de 2013, a Netflix lançou Todo Dia a Mesma Noite, uma série de ficção a respeito da tragédia.
A produção da plataforma de streaming é baseada no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex, lançado em 2018.
Os cinco episódios da série Todo Dia a Mesma Noite mostram as circunstâncias que levaram ao incêndio na Boate Kiss, a investigação policial sobre o incêndio e luta dos sobreviventes e familiares das vítimas por justiça.
Os atores Debora Lamm, Thelmo Fernandes, Paulo Gorgulho, Bianca Byington, Leonardo Medeiros, Raquel Karro e Bel Kowarick interpretam personagens cujas vidas foram destroçadas pela perda dos filhos.
Erom Cordeiro e Laila Zaid dão vida a policiais responsáveis por investigar o caso da Boate Kiss, e Flávio Bauraqui é o advogado das famílias.
Paola Antonini, Nicolas Vargas, Manu Morelli, Luan Vieira, Miguel Roncato e Sandro Aliprandini interpretam jovens vítimas do incêndio na Boate Kiss. Os personagens são baseados em histórias reais.
Produzida pela Morena Filmes para a Netflix, Todo Dia a Mesma Noite tem produção executiva de Mariza Leão, Tiago Rezende e Gustavo Lipsztein, e consultoria criativa de Daniela Arbex.
AS HISTÓRIAS REAIS CONTADAS EM TODO DIA A MESMA NOITE
Silvio Beuren Junior, morto no incêndio na Boate Kiss
Felipinho (Miguel Roncato) foi inspirado em Silvio Beuren Junior, conhecido como Silvinho, 31 anos. Ele era o mais novo de quatro irmãos e morava com os pais. No dia do incêndio, Silvinho tinha ido à Boate Kiss com amigos.
"Não consigo virar a página. Beijo as fotos, faço pedidos a ele, oro por ele. Me disseram para dar tudo que está no quarto, recomeçar a vida, mas é difícil", disse a mãe de Silvinho, Marta Mourão Beuren, ao Zero Hora, três anos após a morte do filho.
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Andrielle Righi da Silva, vítima do incêndio na Boate Kiss
A personagem Marienne Leal (Manu Morelli) foi inspirada na vítima Andrielle Righi da Silva. Ela conseguiu sair da Boate Kiss, mas não resistiu à fumaça tóxica.
Andri, como era chamada, tinha ido à Boate Kiss comemorar seu aniversário de 22 anos com os amigos Vitória Saccol, Flávia Torres, Gilmara Oliveira, Mirela Cruz, Merylin Camargo, Luana Facco Ferreira, Rafaela Cruz e Maike dos Santos. Apenas Rafaela e Maike sobreviveram.
"Para a gente, o tempo não passou. Não passou, porque o nosso relógio ficou estacionado lá em 2013", afirmou Flávio Silva, pai de Andrielle, ao G1, neste ano.
Kelen Ferreira, sobrevivente do incêndio na Boate Kiss
Grazi (Paola Antonini) representa a sobrevivente Kelen Ferreira, que teve 18% do corpo queimado e precisou amputar parte da perna direita.
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Kelen, que tinha 19 anos na época do incêndio, perdeu três amigas na tragédia.
Ela foi a primeira a ser levada para o Hospital de Caridade, em Santa Maria, e ficou 78 dias internada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Atualmente, Kelen trabalha como terapeuta ocupacional.
"Chorei por muito tempo, sem parar. Não conseguia dormir à noite. Me culpei por tudo: por ter ido, por ter sobrevivido e por não ter conseguido salvar minhas amigas", disse em publicação do coletivo Kiss: que não se repita.
Augusto Krauspenhauer, morto no incêndio na Boate Kiss
Marco (Sandro Aliprandini) foi inspirado em Augusto Krauspenhauer. Chamado de Guto por parentes e amigos, ele tinha 20 anos e estudava Direito no Centro Universitário Franciscano (Unifra).
“Quando meu primo voltou do ginásio com o celular e a carteira dele, perdemos a noção do tempo. E até hoje parece que ele já vai chegar. Ele chegava por volta das 19h, e parece que ele já vai chegar”, disse a mãe de Augusto, Nadir Krauspenhar, ao portal G1, um mês após o incêndio na Kiss.
Rafael Paulo, morto no incêndio na Boate Kiss
Guilherme (Luan Vieira) é inspirado em Rafael Paulo Nunes, 32 anos. Ele era natural de Santo André e viajou para Santa Maria para reencontrar amigos com os quais morou na Austrália.
"Nós acreditamos que a justiça é didática e exemplar, sem ela não se aprende e não se dá exemplo de punição. [Precisamos dela] para que nunca mais se repita essa tragédia", afirmou à AFP Fátima de Oliveira Carvalho, mãe de Rafael, dez anos após o incêndio na Boate Kiss.