EXPOSIÇÃO

Sinagoga Kahal Zur Israel recebeu convidados em celebração da Shabat

Cerimônia marcou a abertura oficial da exposição que resgata a história dos 23 judeus que saíram do Recife para colonizar Nova Iorque

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JC

Publicado em 24/02/2024 às 12:44 | Atualizado em 24/02/2024 às 13:03
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A Sinagoga Kahal Zur Israel,  localizada no bairro do Recife, realizou a Kabalat Shabat, cerimônia religiosa do calendário judaico que celebra o fim da semana, o sétimo dia sagrado que tem início no entardecer da sexta-feira (23) e se encerra no entardecer do sábado (24).

Segundo a tradição, este é um dia especial de instrospecção, em que os judeus saem da correria da semana para dedicar um tempo a eles, às famílias, amigos, à comunidade judaica. A celebração, cercada de significados religiosos para o povo judeu foi restrita a convidados da comunidade, autoridades do governo e políticos, e marcou a abertura oficial da exposição pioneira e inédita "De Recife para Nova York: essa história começou aqui", sob a curadoria da historiadora paulista, Daniela Levy, que dirige o Centro de Estudos sobre Inquisição Anita Novinsky.



A abertura da cerimônia foi ciceroneada pela presidente da Federeção Israelita de Pernambuco, Sônia Sette, que saudou a todos presentes e destacou a importância do evento para celebrar a comunhão com muitos momentos de reflexão sobre o que propiciou a existência da Sinagoga Kahal Zur Israel e resgatar toda a história de luta dos 23 judeus que saíram do Recife rumo a Nova Amsterdã.

"É um fato histórico que diz respeito não só a comunidade judaica, mas também ao povo recifense e pernambucano e toda a sociedade mundial que merece conhecer esse capítulo", considera.

A celebração do Shabat foi feita pelo Rabino Dario Bialer e contou com a participação da cantora e compositora brasileira de origem judaica, Fortuna, e do Klezmer 3 Rios, grupo paulista de música judaica que busca dialogar contemporaneamente a errante sonoridade Klezmer do leste europeu, com elementos musicais da diáspora brasileira.

A Cônsul dos Estados Unidos, May Baptista, que esteve presente na ocasião, considerou, em tom emocionado, a honra em participar da cerimônica em nome de todos os amigos americanos e poder conhecer de perto a tradição da religiosidade judaica, das músicas e de saudar o grupo de judeus que migraram para os EUA. E destacou ainda que, esse ano, os EUA está celebrando os 200 anos das relações diplomáticas com o Brasil e essa noite foi uma forma de expressar e comemorar os laços de união que existe entre as duas nações.

Gleyson Ramos
Nesta sexta-feira (23), a Sinagoga Kahal Zur Israel, no bairro do Recife, realizou a Kabalat Shabat, cerimônia religiosa do calendário judaico que celebra o fim da semana, o sétimo dia sagrado - Gleyson Ramos
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Nesta sexta-feira (23), a Sinagoga Kahal Zur Israel, no bairro do Recife, realizou a Kabalat Shabat, cerimônia religiosa do calendário judaico que celebra o fim da semana, o sétimo dia sagrado - Gleyson Ramos
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Nesta sexta-feira (23), a Sinagoga Kahal Zur Israel, no bairro do Recife, realizou a Kabalat Shabat, cerimônia religiosa do calendário judaico que celebra o fim da semana, o sétimo dia sagrado - Gleyson Ramos
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Nesta sexta-feira (23), a Sinagoga Kahal Zur Israel, no bairro do Recife, realizou a Kabalat Shabat, cerimônia religiosa do calendário judaico que celebra o fim da semana, o sétimo dia sagrado - Gleyson Ramos
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Nesta sexta-feira (23), a Sinagoga Kahal Zur Israel, no bairro do Recife, realizou a Kabalat Shabat, cerimônia religiosa do calendário judaico que celebra o fim da semana, o sétimo dia sagrado - Gleyson Ramos

ABERTURA DA EXPOSIÇÃO NESTE DOMINGO (25)

O Consulado dos Estados Unidos juntamente com o Instituto Golden Tree - entidade que tem o compromisso de investir sua visão de mundo, conhecimento e recursos financeiros com foco no fortalecimento da Comunidade Judaica, na ampliação da Inclusão Produtiva e nas Ações Assistenciais de alto impacto - são apoiadores da exposição "De Recife para Nova York: essa história começou aqui", que será aberta ao público amanhã (25), a partir das 14h, e ficará em cartaz na Sinagoga até o dia 30 de abril.

A mostra apresenta para o público o pioneirismo de um grupo de imigrantes na fundação do que seria a futura cidade de Nova York. São cerca de 37 imagens e objetos que destacam a chegada dos judeus na colônia holandesa no Brasil, a formação da comunidade judaica em Recife e seu grande desenvolvimento, a saída depois da reconquista portuguesa, a atribulada viagem para a América do Norte e a colonização de Nova York.

A montagem foi concebida especialmente para ocupar o espaço da Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira das Américas. O trabalho é baseado no livro de Daniela Levy, "De Recife para Manhattan: os judeus na formação de Nova York", lançado em 2018 pela Editora Planeta. A obra é resultado de mais de 10 anos de pesquisas da historiadora em arquivos do Brasil, dos EUA e de Israel, e narra uma epopéia passada em 1654, onde um grupo com 23 judeus, entre homens, mulheres e crianças, deixaram a cidade do Recife em busca de uma nova terra. Após 24 anos de domínio holandês, Portugal recuperou a colônia da região de Pernambuco, expulsando os holandeses e judeus que lá haviam se estabelecido.

Os judeus de Recife mais uma vez foram obrigados a procurar um novo lar. Lançados ao mar, o destino os guiou para uma nova terra, repleta de perigos e desafios. Foi na luta pela sobrevivência que esses corajosos recifenses se tornaram pioneiros na colonização de Nova York. Colaboraram com o desenvolvimento, então incipiente, do comércio, com a organização inicial do mercado financeiro, a construção de modernos hospitais, a luta pela emancipação política, a formação de renomadas universidades e centros culturais. Os judeus do Brasil contribuíram muito para que Nova York fosse hoje a capital do mundo. Tanto é que a cidade ergueu um monumento aos chamados Jewish Pilgrim Fathers.

"É para contar esta história fascinante e pouco conhecida que não foi contada pelos livros tradicionais de História, que a exposição aportou no Recife", revela a curadora Daniela Levy. O conteúdo impresso em tecido foi a forma definida para ocupar o edifício tombado com o mínimo de interferência possível e o máximo de atração para o público turístico que visita o centro e a Sinagoga.

A Kahal Zur Israel (Congregação Rochedo de Israel) foi a primeira sinagoga das Américas. Funcionou em Pernambuco durante o período de dominação holandesa (1630 a 1657) quando emigraram para o Recife judeus sefarditas de origem portuguesa, refugiados nos Países Baixos, que vieram para a então colônia holandesa atraídos pela liberdade de culto religioso, reinaugurada em 2002. A exposição contará com a sonorização de músicas da cantora e compositora Fortuna, uma brasileira de origem judaica.

A exposição "De Recife para Nova York: essa história começou aqui", estará aberta de terça à sexta, das 9h às 17hs e aos domingos, das 14h às 18hs. O acesso é mediante o ingresso para visitação do museu, que estará com seu acervo habitual, no valor de R$ 40 inteira e R$ 20 meia entrada para estudantes, idosos, professores, pessoas com deficiência e acompanhante, policiais e doadores de sangue e medula óssea. Mais informações podem ser obtidas no (81) 98279-9802 ou através do e-mail: [email protected].

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