A cultura pernambucana perdeu nessa quinta-feira, o músico Otaviano do Monte, 96 anos conhecido como Mestre Chocho, chorão mais antigo em atividade no país, e patrimônio vivo de Pernambuco, desde 2017. Músico e compositor, Chocho tinha 73 anos de carreia, fez parte das lendárias rodas de chorinho do Quintal do Cosme, em Prazeres (Jaboatão dos Guararapes), onde atuou com outros chorões que marcaram época no Grande Recife.
Mestre Chocho vivia para a música, mas não vivia de música, para se sustentar trabalhou a vida quase inteiro como pedreiro e mestre de obras. Mas recebeu as flores em vida. Nos últimos anos tinha o reconhecimento de público e dos amigos músicos, que, em fevereiro de 2020, se reuniram em sua casa em Prazeres para festejá-lo em seu aniversário de 96 anos (ele nasceu em 12 de fevereiro de 1924, no Cabo de Santo Agostinho). Há três anos, ganhou um documentário, de Anselmo Alves, Chocho 70 anos de cordas musicais, que estreou no Cine São Luis.
Chocho compunha com freqüência, e deixou uma obra quase toda inédita, que registrava em gravadores e. ou no celular. Uma pequena parte de sua música foi lançada em CD por Danda e seu Regional de Ouro, no entanto, o mestre Chocho morreu sem deixar disco solo.
NOTA DE PESAR
O governador Paulo Câmara emitiu nota de pesar pela morte de mestre Chocho:
"A cultura pernambucana perdeu hoje o Mestre Chocho, artista que se dedicou por mais de 70 anos à música, especialmente ao choro. Em 2017, tive o prazer de conceder a ele o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Sem nunca ter frequentado uma escola de música, Mestre Chocho aprendeu a arte pela curiosidade e dedicação aos instrumentos. Foi um dos precursores do nosso “choro frevado”, e teve grande influência sobre nomes da música pernambucana como Beto do Bandolim e Bozó. Quero externar meu profundo pesar a todos os familiares e amigos desse pernambucano que tanto enriqueceu a nossa cultura".
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