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Criolo estreia concerto em três partes como homenagem ao samba

'Criolo Samba em 3 Tempos' foi gravado no Teatro Unimed e pode ser assistido gratuitamente a partir das 21h de hoje; saiba como

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Nathália Pereira

Publicado em 30/07/2021 às 6:00
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Já dura décadas o romance entre Criolo e o samba. Tanto que em 2017 o MC, cantor e compositor ofertou as dez faixas de um álbum inteiro, Espiral de Ilusão, ao mais brasileiro dos ritmos. O trabalho ganhou turnê, que visitou o Recife em julho daquele ano. Na ocasião, em entrevista ao Jornal do Commercio, o artista confessou ainda não ter certeza sobre se lançaria um outro disco totalmente voltado ao gênero, apesar de afirmar ter, pelo menos, outras 30 canções na manga. "Eu não tenho ideia. Quem iria imaginar que eu faria um disco de samba? Ou Nó Na Orelha (2011) depois do Ainda Há Tempo (2006)? Tá tudo muito recente ainda, a gente não é dono disso", refletiu.

Bem, um novo álbum realmente ainda não chegou, o que não quer dizer que a dedicação ao som que o acompanha desde as primeiras memórias de vida tenha sido deixada de lado. Muito pelo contrário. Criolo estreia hoje, às 21h, a primeira parte do concerto Criolo Samba em 3 Tempos, dirigido pela cineasta Monique Gardenberg.

Serão ao todo três filmes, com duração de 20 minutos cada, extraídos de gravação feita no Teatro Unimed e disponibilizados gratuitamente no site www.teatrounimed.com.br. As outras duas partes estreiam nos dias 6 e 13 de agosto, respectivamente, sempre às 21h. O filme completo, com os três atos reunidos, ficará disponível até o dia 22 de agosto no mesmo endereço online.

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O intuito é reconstituir o clima de uma genuína roda de samba, ainda que sem público, por conta dos cuidados com a pandemia. A cada semana, um novo "tempo" ganha identidade própria para festejar o samba.

Formam a sequência escolhida para este primeiro instante, nomeado Sofrência, as clássicas Carinhoso (Pixinguinha), Que Será (Marino Pinto / Mario Rossi), consagrada pela inconfundível voz de Dalva de Oliveira, A Flor e o Espinho e Luz Negra, estas duas últimas composições de Nelson Cavaquinho.

Acompanham a interpretação de um Criolo bem à vontade os músicos Ricardo Rabelo (cavaquinho), Gian Correa (violão 7 cordas), Maurício Badé (percussão) e Ed Trombone no instrumento que o batiza. A direção artística é do próprio Criolo, que coassina o roteiro junto a Gardenberg. Criolo Samba em 3 Tempos também chama atenção para o movimento Backstage Invisivel, que arrecada e distribui cestas basicas para os profissionais dos bastidores das artes.

DEDICATÓRIA

A tempo: quando conversou com o JC sobre sua paixão pelo samba, quatro anos atrás, Criolo, como de costume, citou a afetividade familiar a que credita parte fundamental de sua sensibilidade artística. No último mês de junho, porém, a família do artista passou por um momento bastante delicado, com a morte de sua irmã, aos 39 anos, mais uma vítima da covid-19 no Brasil. A ela é feita a dedicatória que abre o projeto: "A ti dedico, minha amável irmã, Profa Cleone Gomes. Criolo".

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