RAINHA DO POP

Dia de Madonna em Copacabana

A cantora americana, de 65 anos, chegou na segunda-feira ao Rio de Janeiro, após mais de 80 shows na Europa, Estados Unidos e México

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AFP

Publicado em 04/05/2024 às 2:00
Madonna em ensaio técnico no palco montado na praia de Copacabana - PABLO PORCIUNCULA / AFP

O aguardado show de Madonna, no sábado (4), na praia de Copacabana, pôs o bairro de pernas para o ar, mas pouco importa: a rainha do pop "merece" ser acolhida pelo público estimado em mais de um milhão de pessoas que irá vê-la de graça, garante o aposentado Mario Renato Borges, morador da Princesinha do Mar.

"Welcome, Queen", diziam alguns cartazes perto do palco monumental erguido nos últimos dias na areia da praia, onde Madonna prevê dar o maior dos shows comemorativos de seus 40 anos de carreira como parte da "Celebration Tour".

A cantora americana, de 65 anos, chegou na segunda-feira ao Rio de Janeiro, após mais de 80 shows na Europa, Estados Unidos e México. A apresentação no Rio será sua única escala na América do Sul.

Segundo a produtora do evento, a intérprete de sucessos como "Like a Virgin" viajou ao Brasil com três aviões e 270 toneladas de equipamento e material.

Ela está hospedada no glamouroso Copacabana Palace, ligado ao palco por uma passarela suspensa, debaixo da qual dezenas de fãs se aglomeravam na segunda, ansiosos para ver a artista.

 A "maior pista de dança do mundo" 

Os organizadores preveem reunir na "maior pista de dança do mundo" até 1,5 milhão de espectadores, número só alcançado na mesma praia de Copacabana com os Rolling Stones, em 2006.

"O trânsito fica um caos. Mas é um show bacana. Que merece... Merece o um milhão e pouco de pessoas que estarão aqui pra ver Madonna, a rainha do pop", admitiu Borges, de 68 anos, que mora no Leme, no final da orla de Copacabana.

Segundo a Prefeitura, a quarta vinda da estrela à cidade deve injetar R$ 293,4 milhões na economia do Rio e dará um retorno 30 vezes maior do que o valor investido em patrocínio, R$ 10 milhões.

Espera-se a chegada de 150 mil estrangeiros em voos especiais e a ocupação dos hotéis se aproxima de 100%.

"Este será, sem dúvida, um dos maiores eventos internacionais do Rio, impulsionando nossa economia e atraindo turistas do Brasil, da América Latina e do mundo", disse em comunicado a secretária de turismo da cidade, Daniela Maia.

A volta do corset de cone 

Às vésperas do show, a febre em torno de Madonna já se faz sentir na cidade.

Várias lojas já mudaram a decoração das vitrines especialmente para a ocasião. Na gráfica Lix, na Saara, área de comércio popular no centro do Rio, uma 'playlist' feita pela loja toca os sucessos da 'Material Girl' para inspirar quem circula pelos corredores em busca de acessórios para o show, como leques, copos, bottons, chapéus, brincos e canecas personalizadas.

A gerente Lívia Reis, de 23 anos, contou à AFP que após o anúncio do show em Copacabana, foi montada uma vitrine com acessórios extravagantes inspirados em Madonna.

"Um rapaz entrou, tirou foto, fez um vídeo e mandou para uma página em Portugal que é um fã clube e tem 150 mil seguidores (...)", disse. O vídeo foi parar em plataformas como Instagram, TikTok e acabou viralizando.

Na loja, um acessório se destaca entre os demais: a imitação do icônico corset de cone, figurino da cantora na turnê "Blonde Ambition", de 1990, é o recordista de vendas. Originalmente desenhado pelo estilista francês Jean Paul Gaultier, o acessório está disponível como sutiã ou camiseta.

"Está dando super certo", comemora Lívia. A expectativa na semana do show é "de fila na porta da loja", acrescenta.

Patrulhas nas esquinas 

"O movimento do turismo, de hotéis e restaurantes é bom. Tomara que a segurança seja correspondente", enfatizou Borges, em alusão aos problemas com roubos que costumam afligir o bairro turístico.

A Prefeitura montou uma força-tarefa equivalente à do réveillon em Copacabana, um dos maiores do mundo.

A "Operação Madonna" prevê o bloqueio ao trânsito no bairro cerca de três horas antes do show, previsto para começar às 21h45.

O esquema mobilizará 4.500 policiais, que trabalharão com drones e câmeras de reconhecimento facial, 800 bombeiros, incluindo salva-vidas, com o apoio de patrulhas costeiras e 64 patrulhas policiais - quase uma em cada esquina do bairro e arredores.

Nágila Alves, de 54 anos, vendedora de uma empresa de dedetização, que caminhava pelo calçadão até a casa de um cliente, ficou impressionada com o tamanho do palco de 800 metros quadrados e parou para tirar uma foto.

"Vou curtir sempre. Madonna é eterna", disse à AFP.

Perguntada se irá ao show, ela respondeu que sim, de metrô, mas evitará chegar cedo demais devido "à aglomeração" de fãs que tentam garantir um espaço mais perto possível do palco.

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