OPINIÃO

O fim de um Big Brother Brasil aguado; BBB 22 entra para a memória como um 'flop'

Edição do BBB não sustentou a bola alta das duas anteriores

Romero Rafael
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Romero Rafael
Publicado em 26/04/2022 às 0:00 | Atualizado em 26/04/2022 às 17:49
TV GLOBO/DIVULGAÇÃO
Arthur Aguiar, campeão do BBB 22 - FOTO: TV GLOBO/DIVULGAÇÃO
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Chega ao fim nesta terça-feira (26) uma edição aguada do Big Brother Brasil. O 'BBB 22' entra para a memória como um 'flop', resultado de um elenco tão sem carisma nem espontaneidade, tão sem dramas nem tramas, que escalou bem menos aqueles muros cenográficos com destino aos debates públicos.

Mas, sim, o fracasso narrativo não é capaz de jogar terra suficiente para enterrar um programa que firmou seu nome como uma marca lucrativa, já deu carreiras famosas a muitos anônimos e construiu um esquema multicanal (pois não acontece só na TV).

Há umas semanas, noticiou-se que o intervalo comercial de 30 segundos durante a final estava sendo negociado por R$ 650 mil — em 2021, teria custado R$ 500 mil. E há uma semana, a primeira leva de inscrições para o 'BBB 23', com número limitado, encerrou em menos de 24 horas.

Não cheiram à notícia plantada para fazer crescer o passe.

Anunciantes e candidatos ao possível trampolim que o BBB se transformou para a fama — hoje, sobretudo, na influência digital — haverão de brotar e dar em cachos, sempre.

O que ficou claro nesta edição — e isso pode levar a mudança de estratégias — é que o furor das temporadas passadas, com reviravoltas e cancelamentos, deixou os participantes mais acalmados, menos vulneráveis às tensões. O valor do prêmio, há 12 anos R$ 1,5 milhão, é uma das hipóteses para justificar um menor comprometimento dos participantes com o jogo, o "tudo ou nada".

Em contraponto a um prêmio defasado e conquistado só por um, um comportamento não cancelado durante o confinamento pode render bons negócios já fora da casa. O pernambucano Gil do Vigor, por exemplo, não chegou à final, mas, em outubro, cinco meses depois do fim do 'BBB 21', disse à Forbes que faturara até ali dez vezes mais: R$ 15 milhões

Não é bem o que tem ocorrido agora: Natalia Deodato, desta edição, tem feito anúncio, no Instagram, de um esquema de trabalho em que pessoas são pagas para curtir fotos e vídeos na rede, para dar engajamento. Ao invés de robôs, pessoas. Parece até com esquema de pirâmide. Logo, não parece ser um bom negócio.

O pós desse 'BBB' chocho em comprometimento, narrativas e negócios para seus ex-BBBs certamente vai redefinir algumas coisas — sobretudo, o valor do prêmio.

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