São Jorge é feriado nacional? Entenda a origem da data
São Jorge representa a força divina na luta em prol dos desfavorecidos e marginalizados, sendo um símbolo de esperança e proteção

Nesta terça, 23 de abril, é uma tradição entre os cariocas acender velas em suas casas em homenagem a São Jorge, um dos santos mais venerados pelos habitantes do Rio de Janeiro.
Neste dia, os devotos do santo vestem trajes de vermelho e branco e se reúnem no bairro de Quintino, na capital fluminense, desde a alvorada até o anoitecer. Durante toda a jornada, diversas barracas oferecem comida e bebida pelas ruas do bairro.
Embora não seja o santo padroeiro do estado nem da capital — essa honra é reservada a São Sebastião —, São Jorge conquistou tanto carinho e devoção que seu dia de celebração foi oficialmente reconhecido pelo governo do Rio de Janeiro.
Para os católicos, São Jorge representa a força divina na luta em prol dos desfavorecidos e marginalizados, sendo um símbolo de esperança e proteção.
São Jorge é feriado nacional? Entenda a origem da data
O feriado de São Jorge, celebrado em 23 de abril, é facultativo, ou seja, não é adotado em todos os estados e municípios brasileiros.
No Rio de Janeiro, por sua relevância e popularidade, a data foi oficialmente estabelecida como feriado municipal em 2001 pela Câmara dos Vereadores e, posteriormente, em 2008, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para ser um feriado estadual.
Confira as cidades que adotam o feriado:
- Estado do Rio de Janeiro;
- São Jorge de Ilhéus, na Bahia;
- São Jorge d'Oeste, São Jorge do Ivaí e São Jorge do Patrocínio, todas no Paraná;
- São Jorge, no Rio Grande do Sul.
Quem foi São Jorge?
São Jorge é um dos poucos santos venerados tanto pela Igreja Católica quanto pela Ortodoxa, além de ser reconhecido em religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda.
Na iconografia católica, São Jorge é representado como um homem montado em um cavalo branco, empunhando uma lança.
Ele é considerado o padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros, sendo invocado contra doenças e males diversos.
Embora não haja registros históricos que confirmem sua existência, a figura de São Jorge é envolta em lendas e mitos.
Segundo a tradição mais difundida, ele teria nascido na Capadócia por volta de 280 d.C. e servido no exército romano. Foi martirizado em 303 d.C. por se recusar a renunciar ao cristianismo, sendo decapitado em 23 de abril.
Ao longo da Idade Média, a história de São Jorge foi amplamente difundida na Europa, especialmente durante as cruzadas, onde ele era visto como protetor dos cristãos contra os mouros.
O livro "Lenda Dourada", escrito por Jacopo de Varazze em 1290, reuniu várias histórias sobre o santo, incluindo o famoso conto do combate contra o dragão.
De acordo com essa lenda, São Jorge salvou uma cidade da Capadócia de um dragão que aterrorizava a população, exigindo sacrifícios humanos. Montado em seu cavalo, São Jorge enfrentou a criatura e, após uma feroz batalha, conseguiu matá-la, libertando o povo do flagelo do monstro.