Pesquisa da consultoria Accenture mostra quais são os setores da Economia mais afetados pela pandemia do coronavírus e como eles devem se recuperar nos próximos meses. De acordo com o estudo, no Brasil, setores do comércio sofreram queda de até 60% no faturamento por conta do isolamento social e da menor confiança do consumidor.
Somente no varejo, a queda no faturamento desde 01 de março deste ano até 14 de abril último foi 26,9%. No mesmo período, as maiores quedas foram registradas nos setores de turismo (-67%), vestuário (-58%), bares e restaurantes (-49%), e postos de gasolina (-27%). Apenas dois segmentos, segundo a pesquisa, tiveram crescimento de faturamento. Supermercados (16%) e farmácias (2%).
Para Edlayne Burr, diretora da Accenture Strategy e líder de estratégias de pagamentos na América Latina, o mercado vai se recuperar de forma distinta e terá que se adaptar ao que os especialistas chamam de “novo normal”. “A pandemia impactou seriamente os negócios e as pessoas. Os hábitos de consumo mudaram e seu efeitos se perpetuarão a curto, médio e longo prazos”, afirmou Edlayne. A executiva que coordenou o estudo da Accenture acredita que os setores mais propensos a aglomeração de pessoas serão os últimos a se recuperarem porque as pessoas ainda estarão sob o medo do contágio por algum tempo, mesmo depois de passado o pico da pandemia. Assim, turismo, eventos, entretenimento como cinemas e teatro, bares, restaurantes e academias levarão um tempo maior para recuperarem a clientela,a níveis normais, algo em torno de 18 e 24 meses, estima Edlayne Bur. “Este cenário poderá mudar caso a ciência descubra mais rapidamente uma vacina para o coronavírus, hoje estimada para algo em torno de 1 ano e meio”, afirmou Edlayne.
RECUPERAÇÃO
Por outro lado, aqueles setores que foram impactados positivamente e tiveram alta demanda durante a crise, estes se consolidarão e deverão crescer, ainda este ano. São eles: serviços de delivery, e-commerce locais, serviços de streaming e clínicas digitais. Supermercados, farmácias e serviços de higiene e limpeza ficarão estabilizados pós pandemia. Já serviços médicos e odontológico, produtos de beleza, eletrodomésticos, vendas diretas, e serviços de mobilidade terão um recuperação rápida, segundo o estudo.
A pandemia também deverá consolidar junto a população novos hábitos de higiene, que deve impactar inclusive as formas e meios de pagamento. “Tanto lá fora como aqui no Brasil há uma corrida pelo meio de pagamento digital. A ideia do papel moeda como algo ‘sujo’ deve crescer, assim, se fortalecerá o mercado, algo que vai além do pagamento em cartão, que também é um meio físico. A saída serão as carteiras digitais e os pagamento vias POS, sem contato, como as que existem hoje entre smartphones e terminais de pagamento“, projetou Edlayne Burr.
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