Coronavírus

Às vésperas de maior rigor com isolamento, veja como foi movimentação nos mercados do Recife nesta sexta

A partir deste sábado (16), além do uso obrigatório de máscaras e do rodízio de veículos, as pessoas terão que justificar a saída de suas residências

Mayra Cavalcanti
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Mayra Cavalcanti
Publicado em 15/05/2020 às 14:30 | Atualizado em 15/05/2020 às 14:58
YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
Supermercados são o principal destino de quem recebe o auxílio emergencial - FOTO: YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM

Um dia antes de entrarem em vigor regras mais rígidas para o isolamento social em cinco cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), devido ao decreto publicado na última terça-feira pelo governador Paulo Câmara, o fluxo de pessoas nos supermercados foi grande na manhã desta sexta-feira (15). A partir deste sábado (16), além do uso obrigatório de máscaras e do rodízio de veículos, as pessoas terão que justificar, caso sejam paradas nos bloqueios montados nos municípios, a saída de suas residências. Apesar de muitas pessoas fazendo compras, não houve movimento de fazer estoque por parte dos consumidores.

A reportagem esteve em alguns supermercados da Zona Norte do Recife. Em um estabelecimento no bairro da Encruzilhada, por exemplo, foi possível ver filas para a entrada dos clientes, todos obedecendo o distanciamento mínimo. No bairro de Água Fria, fluxo intenso de pessoas nas ruas e também em frente aos supermercados. Já nos Aflitos, rotatividade grande, mas sem filas. Em outros dois mercados de menor porte no bairro da Encruzilhada, poucos clientes entravam e saíam da loja.

A superintendente da Associação Pernambucana de Supermercados (APES), Silvana Buarque, explica que os estabelecimentos com maior fluxo de pessoas são os que trabalham no modelo atacarejo, enquanto que algumas lojas menores vêm sentindo a queda no movimento nos últimos dias. "Pela facilidade de estarem transitando ainda hoje, sem cumprir o rodízio, muitas pessoas aproveitaram para fazer o abastecimento. A gente ainda está sentindo um fluxo maior, mas, em geral, com todas as lojas, está dentro da normalidade", declara.

Silvana alerta que o movimento nesta semana foi parecido com o da semana passada, mesmo após a decretação das novas regras de isolamento social. "Na semana passada ainda foi um pouco maior o fluxo por causa do Dia das Mães", acrescenta. A superintendente diz que itens como alimentos e materiais de limpeza são os mais procurados atualmente.

Cleciano José é gerente de um mercado no bairro da Encruzilhada. Para ele, movimento caiu nas últimas semanas, em comparação com o início da pandemia do novo coronavírus. "O movimento vem caindo muito. Hoje em dia, aproximadamente às 19h, ninguém vê mais nenhum cliente dentro da loja. O pessoal realmente está obedecendo o que está sendo pedido. Digamos que 95% deles está vindo para o estabelecimento de máscara e seguindo as recomendações de usar álcool em gel", disse.

Uma das pessoas que estava em um supermercado na manhã desta sexta foi o médico veterinário Gustavo Campos, de 44 anos. Ele conta que faz a feira semanal todas as sextas-feiras e que notou um aumento na quantidade pessoas. "Estas novas regras estão certas, eu acho que demorou bastante para acontecer. Hoje tem mais gente aqui no supermercado, inclusive vi pessoas juntas, sem respeitar o distanciamento. Pretendo continuar fazendo a feira uma vez por semana, não acho que seja necessário estocar", disse.

Diferentemente de Gustavo, o representante comercial Alexandre Dornelas, de 50 anos, que também estava fazendo feira em um supermercado da Zona Norte, discorda das medidas do governo estadual. "Faço minha feira sempre aos sábados, mas antecipei por causa do rodízio. Eu discordo da forma como está sendo feita essa restrição. Com o rodízio, caso a pessoa precise sair, vai ter que andar de aplicativo ou de ônibus, o perigo é muito maior", defendeu.

YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
Movimentação nos supermercados e feiras livres um dia antes do início do rodizio de veículos no Grande Recife durante a pandêmia do coronavírus. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Movimentação nos supermercados e feiras livres um dia antes do início do rodizio de veículos no Grande Recife durante a pandêmia do coronavírus. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Movimentação nos supermercados e feiras livres um dia antes do início do rodizio de veículos no Grande Recife durante a pandêmia do coronavírus. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Movimentação nos supermercados e feiras livres um dia antes do início do rodizio de veículos no Grande Recife durante a pandêmia do coronavírus. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Movimentação nos supermercados e feiras livres um dia antes do início do rodizio de veículos no Grande Recife durante a pandêmia do coronavírus. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM
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Movimentação nos supermercados e feiras livres um dia antes do início do rodizio de veículos no Grande Recife durante a pandêmia do coronavírus. - YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM

O coordenador de curso Roberto Lustosa, de 44 anos, relata que também faz a feira semanalmente para sua família, que é composta por três pessoas. "Eu acho que foi certa a medida. A população é muito estratificada, não tem homogeneidade e muita gente não respeita. Não achei nada radical, foi dentro do que poderia ser feito. Não pretendemos estocar comida, continuaremos fazendo a feira semanalmente", afirma.

A superintendente da Apes aconselha que os clientes, diante das novas medidas que entram em vigor neste sábado, procurem fazer as compras em mercados próximos às suas casas, de preferência sozinhos e seguindo as recomendações das autoridades. "Evitar manipular alimentos, principalmente hortifrútis, manter o distanciamento entre as outras pessoas, obedecendo a sinalização que tem no chão de muitos estabelecimentos, evitar conversar com os funcionários. Outra coisa importante é só se dirigir a um estabelecimento para comprar algo, evitar ficar circulando", finaliza.

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