Uma pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 25 e 26 de maio mostraram que 68% dos 2.069 brasileiros entrevistados por telefone, ou seja, dois em cada três brasileiros, acreditam que a pandemia do coronavírus vai afetar a atividade produtiva durante muito tempo.
A última pesquisa havia sido feita em abril e mostrou um aumento substancial de mais de 10 pontos, indo de 56 para 68%.
Já em março, no primeiro levantamento feito, metade dos entrevistados disseram que o efeito econômico da pandemia seria a longo prazo. No início de tudo, 44% das pessoas apostavam que as atividades seriam afetadas por pouco tempo. Hoje, apenas 27% diz acreditar nesse cenário.
O fato de que muitos já foram e estão sendo afetados diretamente pela crise piora a percepção da maioria das pessoas.
Entre os brasileiros que possuem emprego, 59% relatam ter tido redução de jornada em consequência da pandemia.
Das pessoas que foram atingidas pelos cortes de jornada e rendimentos no trabalho é de 48%. Dos empregados com carteira assinada, 43% disseram estar ganhando menos. Esse número cresce para 51% entre os empregados sem registro e pula para 78% entre autônomos, profissionais liberais e empresários.
Inclusive, até os servidores públicos que normalmente são menos afetados pelas crises na economia, 31% informaram ter sido afetado de alguma forma. Alguns falam sobre corte de benefícios, como vale-transporte e congelamento de dissídios.
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De acordo com especialistas, as carreiras do funcionalismo podem ter os contratos alterados em situações excepcionais. "Essas mudanças precisam ser devidamente acordadas entre as partes e comunicadas por escrito", afirmou o professor da FGV Ebape, Istvan Kasznar.
Mesmo com todo o pessimismo dos brasileiros com relação a economia do País e muitos trabalhadores estarem sofrendo com queda de jornada e renda, a expectativa dos entrevistados com relação à própria situação financeira não teve alteração significativa.
O Datafolha informou que 35% dos brasileiros acreditam que as finanças serão afetadas por muito tempo pela crise. Em abril, a taxa era de 37% que defendiam esse posicionamento.
No entando, quem espera não ser afetado financeiramente foi de 19 para 23% neste mês.
Resposta econômica do governo Bolsonaro
Com relação a resposta do governo à crise sanitária, a pesquisa informou que a população brasileira se encontra dividida.
Quem acredita que a gestão faz menos do que deveria para enfrentar a pandemia totaliza 45% dos entrevistados. De forma geral, quem acredita que o governo é ruim ou péssimo, sem a interferência da pandemia, é 43% da população.
No entanto, quem julga a reação correta na economia em resposta à pandemia soma 37% dos entrevistados. Já quem acha que a administração fez mais do que deveria nessas questões, chega a 15%.
Dos brasileiros entre 25 e 34 anos, a percepção de que as ações são insuficientes é de 52%, caindo para 41% entre os com mais de 60 anos.
Com relação a população com ensino superios, 57% acha que o governo faz menos do que deveria. Com ensino fundamental, o percentual vai para 37%.
A visão negativa em relação à resposta econômica da atuação do governo em meio à pandemia é entre os que ganham mais.
Mais da metade dos brasileiros com rendimento familiar mensal acima de cinco salários mínimos defendem que o governo faz menos do que deveria. Quem recebe até 2,5 salários mínimos e compartilha o mesmo pensamento soma 43% do total.
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