Como parte do projeto de reabertura gradual da economia definido pelo decreto estadual, nesta segunda-feira (8) as atividades da construção civil estão retornando em Pernambuco. No Grande Recife, canteiros de obra já adotaram adaptações e modificações no que diz respeito ao distanciamento social, regras de higiene e monitoramento dos funcionários. Uma das restrições para a construção civil é a operação com 50% da carga total de funcionários. No interior de Pernambuco também há restrição do número de trabalhadores, mas sem limites de horário.
Nas obras do edifício Avenida, da Vale do Ave, em Boa Viagem, hoje foi o dia de testes e adapatações ao "novo normal". "Na parte do refeitório, tivemos que adaptar as mesas, fazendo as divisões para garantir o distanciamento entre os funcionários. Também entregamos kits de máscara, garantindo que de manhã use a máscara de uma cor e de tarde, de outra”, explica. Ela também reforça a pulverização e higienização dos locais, além da implantação de lavatórios em meio ao canteiro.
Outro destaque que a engenheira cita é o uso do termômetro. “Estamos aferindo a temperatura assim que os funcionários chegam e também no horário de almoço”, esclarece. Ao todo, 14 funcionários, estão trabalhando na obra, com horários alternados de entrada e saída, assim como horários de almoço. Para evitar o uso do transporte público, a empresa também tem oferecido ajuda de custo aos colaboradores. “Estamos ajudando quem vem de transporte particular, seja moto, carro bicicleta, a gente também vai ajudar em combustível”, afirma.
Na Zona Oeste do Recife, a Moura Dubeux deu início hoje à volta das atividades com 50% dos funcionários na construção do edifício Jardins da Ilha, na Ilha do Retiro, há demarcações no chão para o distanciamento entre os trabalhadores, com entrada controlada das pessoas, e lavagem obrigatória das mãos, além da medição da temperatura corporal.
“Estamos recebendo cinco funcionários por vez. Primeiro, ele faz a lavagem das mãos, após isso, o porteiro afere a temperatura, constatada a temperatura ideal e registrada, ele é liberado para o acesso ao canteiro. De lá, ele se direciona ao banheiros e vestiários, onde instalamos lavatórios com dispenser, de forma que ele não tenha contato com as mãos, acionado através do cotovelo. Um sistema simples mas muito funcional”, esclarece a engenheira civil Elisangela Souza, responsável pela obra.
O refeitório, antes de mesas coletivas e self-service, agora só serve marmitas, já dispostas em mesas individuais e higienizadas, para evitar o máximo de contato e proximidade entre os funcionários. “Estamos com um funcionário para cada mesa, além de quentinhas que são higienizadas e deixadas na mesa. Com 51 funcionários trabalhando, temos dois turnos, tanto no café da manhã como no almoço”, explica Elisangela.
O canteiro está totalmente adaptado, na visão de Elisangela. “Temos lavatórios, bebedouros, vários dispositivos com álcool em gel, temos a distribuição das máscaras. São duas pela manhã e duas pela tarde.” Ela reforça que não há nenhum funcionário acima de 60 anos. A maioria dos trabalhadores mora perto do canteiro e só há dois que utilizam o transporte público.
“Fizemos o treinamento hoje, com as novas diretrizes para essa realidade. Todo mundo se demonstrou bastante atento e consciente. Nossa tolerância é zero. Todos estão utilizando máscaras e óculos”, diz a engenheira. “Para nosso retorno de 100% aconteça, precisamos que todo mundo esteja bem. Então estamos muito entusiasmados para o retorno total, que esperamos que deva acontecer em breve”, reforça. Ao todo, a Moura Dubeux está reativando 11 canteiros de obras.
Pressões do setor
Antes do retorno, setor da construção civil, que já vinha reivindicando o retorno há meses, pressionou as restrições do Governo. As condições impostas, limitando em 50% o número de funcionários e com horário de trabalho restrito, estabelecido entre 9h às 18h, foram consideradas inviáveis pelo segmento.
Após críticas, o horário fixo de trabalho foi extinguido. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Bruno Schwambach, o setor comprovou que só 30% dos trabalhadores que irão retornar fazem uso do transporte público.
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