Fundos solidários e emergenciais voltados para microempreendedores dos mais variados segmentos tentam levar socorro financeiro a negócios que têm sofrido com os impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
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Uma dessas iniciativas foi criada nessa semana pelo Grupo de Mulheres do Brasil em parceria com a Rede Mulheres Empreendedoras. Trata-se do Fundo "Dona de Mim", que nasce com o propósito de oferecer microcrédito produtivo voltado a mulheres microempreendedoras individuais (MEIs) de diversas regiões do Brasil.
O fundo concederá créditos sem juros de R$ 2 mil ou R$ 3 mil, com uma carência de nove meses. Além disso, as microempreendedoras terão até 15 meses para pagar o empréstimo. “Esses nove meses de carência são uma gestação mesmo, pois queremos ver os negócios crescerem, temos confiança nessas empreendedoras”, diz a vice-presidente do Grupo Mulheres do Brasil e uma das idealizadoras do Fundo Dona de Mim, Sonia Hess, afirmando que o recurso deverá ser utilizado para que as mulheres iniciem ou mantenham atividades de geração de renda.
Para solicitar o empréstimo é necessário ser MEI e preencher um formulário que está disponível na Rede Mulher Empreendedora e no site www.fundodonademim.org.br. Os pedidos serão analisados pelo Banco Pérola, que concederá os empréstimos.
Dona de um salão de beleza no bairro do Ipsep, Eunice Lins, 42 anos, acredita que o fundo veio em boa hora. “Ficamos um bom tempo de portas fechadas, o que impactou muito no faturamento. Vou tentar conseguir esse dinheiro do fundo para comprar materiais que estão faltando e dar um reforço no caixa”, afirma a empreendedora, que faz planos para expandir o espaço, caso consiga acessar o crédito.
Fundo Veredas
Em outra iniciativa, focada em jovens empreendedores de comunidades rurais, a Agência de Desenvolvimento Local (Adel), que atua em todo o Nordeste e em parte da Região Norte, criou o Fundo Veredas. O fundo concede créditos que variam entre R$ 3,5 mil e R$ 15 mil, com taxa de juros em 1,5% e uma carência de seis meses. Os jovens têm até 18 meses para quitar a dívida, além de receber orientações para gerir o empreendimento durante dois anos.
Segundo a diretora de Programas da Adel, Aurigele Alves, estas ações ajudam os jovens empreendedores rurais a driblarem a crise causa pela pandemia. “Mesmo com os auxílios governamentais disponibilizados, a maioria dos jovens não conseguem acessar os benefícios que garantam a manutenção de seus negócios”, destaca.
Ao todo, 140 empreendedores estão sendo apoiados pelo Fundo Veredas, incluindo negócios individuais e coletivos.
Para acessar o crédito, os jovens precisam participar do Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER), que oferece cursos de educação financeira e mentorias para que os jovens tenham informação e motivação para empreender. Outras informações estão no site www.adel.org.br.
Ajuda para a periferia
Para ajudar os negócios de impacto na periferia foi criado o fundo Volta por Cima, idealizado pela Artemisia. A organização sem fins lucrativos tem longo histórico de apoio empresas que façam a diferença para população de comunidades espalhadas pelo Brasil.
Com a crise, a instituição captou R$ 760 mil para auxílio de projetos sociais ou microempresas. Os empréstimos são de até R$ 15 mil a juros zero, com seis meses de carência e pagamento em até 12 parcelas. Caso o empreendedor não consiga devolver o dinheiro, o fundo não cobra. O que for devolvido será usado para refinanciar novos empreendimentos.
Podem ter acesso à iniciativa, empreendimentos que já tenham passado por algum programa da Artemisia ou da Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia (Anip). Outras informações no site impactosocial.artemisia.org.br/fundovoltaporcima.
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