IPCA-15

Prévia da inflação para julho fica em 0,62% no Grande Recife, mais que o dobro do Brasil (0,30%)

A alta nos preços da gasolina (9,44%) foi a principal responsável pelo resultado na RMR

Marcelo Aprígio
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Marcelo Aprígio
Publicado em 24/07/2020 às 19:09 | Atualizado em 24/07/2020 às 19:09
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
No acumulado do ano, a RMR teve alta de 1,76% contra 0,67% do Brasil - FOTO: Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,62% em julho, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Nacionalmente, o índice acelerou 0,30%. No acumulado do ano, a RMR teve alta de 1,76% contra 0,67% do Brasil. Quando levado em consideração a soma dos 12 últimos meses, o Grande Recife (2,36%) continua com o IPCA-15 maior que o país (2,13%). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (24).

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O Grande Recife foi a localidade com a terceira maior prévia de inflação no país, atrás apenas de Curitiba (0,76%) e Salvador (0,75%). Segundo a gerente de planejamento e gestão do IBGE, Fernanda Estelita, a alta nos preços da gasolina (9,44%) foi responsável pelo resultado na RMR. “Esse item fez a prévia da inflação no Grande Recife crescer acima do dobro do índice nacional”, pontua ela.

O IPCA-15 mede as variações de preço em nove grupos de produtos e serviços cujos valores foram coletados entre 16 de junho e 14 de julho. Neste período, o maior incremento ocorreu no setor de transportes, com oscilação positiva de 3,05%. Embora tenha marcado a maior alta no IPCA-15 deste mês, o setor de transportes teve a maior variação negativa desde o começo do ano, -2,9%. Já o grupo de habitação teve o segundo maior índice no de junho para julho, com 0,88%. “Os custos em casa ficaram mais altos por causa do aumento das tarifas de energia elétrica (1,60%) e do gás em botijão (1,99%)”, afirma a gerente do IBGE, ressaltando que a taxa de água e esgoto ficou estável sem apresentar recuo ou elevação.

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Seguindo o segmento de habitação bem de perto, o ramo de saúde e cuidados pessoais teve a terceira maior inflação com 0,86%. Também registram alta os segmentos de artigos de residência (0,32%), comunicação (0,10%) e educação (0,06%).

Do outro lado, três grupos tiveram queda em julho na RMR. Os gastos com vestuário tiveram um recuo de –1,57%, o menor índice registrado no mês de julho. Em segundo lugar, a venda de alimentos e bebidas, que caiu -0,37%, mas foi o grupo de produtos e serviços que marcou a maior alta acumulada do ano, chegando a 7,12%. O outro setor em baixa é o de despesas pessoais, com retração de -0,24% em julho em comparação a junho.

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Alta nos combustíveis

Neste mês, os combustíveis foram os produtos e serviços que tiveram as maiores altas, segundo o IPCA-15 do Grande Recife. “Quem voltou a trabalhar agora já se deparou com esses preços mais altos”, diz Fernanda Estelita, lembrando que o grupo vinha apresentando queda por causa da pandemia nos últimos meses. Além da gasolina, que cresceu 9,44%, os combustíveis para veículos em geral aumentaram 8,97%. Três gêneros alimentícios completam a lista com alta mais expressivas: batata-doce (8,11%), fígado (7,38) e melancia (7,08%).

Já os produtos que registraram forte inflação negativa na RMR foram a batata-inglesa (-19,85%), a cenoura (-18,41%) e o tomate (-16,24%). Os dois últimos haviam apresentado deflação no período anterior. Os tubérculos, raízes e legumes (-12,17%), junto à cebola (-10,73%) também tiveram recuo intenso. “Essas quedas têm relação com a sazonalidade dos alimentos”, destaca Fernanda Estelita, lembrando que a cebola já vinha tendo desaceleração nos preços no mês passado.

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