Greve

No Recife, funcionários dos Correios fazem ato às vésperas de audiência de conciliação nesta sexta (11)

A greve da categoria foi deflagrada no dia 17 de agosto e já dura mais de 20 dias

Gabriela Carvalho
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Gabriela Carvalho
Publicado em 10/09/2020 às 8:43
WELINGTON LIMA
Trabalhadores realizaram ato público nesta quinta-feira (10) - FOTO: WELINGTON LIMA
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Nesta quinta-feira (10), os trabalhadores dos Correios em Pernambuco realizaram um ato público para protestar e reinvindicar a manutenção de direitos trabalhistas que foram acordados com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). O ato, que começou às 9h, teve sua concentração na Praça do Derby. Durante a ocasião, após o ato, os funcionários foram ao Hemope em uma ação solidária de doação de sangue. A greve da categoria foi deflagrada no dia 17 de agosto e já dura mais de 20 dias.

Em conversa com o JC, o secretário de Comunicação da categoria, Roberto Alexandre explicou que os trabalhadores estão protestando por conta do descumprimento de um acordo coletivo que foi acertado entre a empresa e os funcionários. Além disso, os funcionários alegam que a empresa não oferece boas condições de trabalho e os cuidados necessários contra o coronavírus. 

"O vale-cultura, o auxílio para crianças especiais, o auxílio de creche, a ECT acaba com tudo. Ela não quer negociar, ela quer impor a vontade dela. Das 79 cláusulas do nosso acordo coletivo, ela acaba com 70. Nós não queremos aumento de salário, só queremos que ela matenha esse acordo coletivo que foi acertado ano passado entre a empresa, o TST e os trabalhadores. O acordo era bianual, só terminaria em 2021, mas ela descumpriu esse acordo", contou.

>> Funcionários dos Correios de Pernambuco e de outros estados decretam greve por tempo inderteminado

Na última terça-feira (8), a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Arruda, por meio de despacho, marcou uma audiência de conciliação para o dia 11 de setembro, às 15h, entre os trabalhadores dos Correios e a direção da ECT. A intenção é chegar a uma solução negociada para o conflito que está estabelecido desde o dia 17/08, com o início da greve dos trabalhadores por manutenção dos seus direitos que chega ao 23º dia.

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Trabalhadores realizaram ato público nesta quinta-feira (10) - WELINGTON LIMA
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Trabalhadores realizaram ato público nesta quinta-feira (10) - WELINGTON LIMA
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Trabalhadores realizaram ato público nesta quinta-feira (10) - WELINGTON LIMA
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Trabalhadores realizaram ato público nesta quinta-feira (10) - WELINGTON LIMA
WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
O ato está concentrado na Praça do Derby e deve seguir para o Hemope - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM

A Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FENTECT) alega que desde o início se colocou à disposição para o diálogo e negociação, porém "a política do general Floriano Peixoto de inflexibilidade e retirada de direitos não permitiu que chegássemos a um acordo".

De acordo com nota publicada pela FENTECT, o objetivo é participar da reunião marcada pela ministra Kátia Arruda, com espírito de boa fé e disposição para negociação tendo como pilares centrais a manutenção de todos os direitos que a direção da ECT insiste em retirar.

A reportagem procurou a assessoria dos Correiros, mas não teve resposta até a última atualização desta matéria.

Subsede Agreste 

Os trabalhadores dos Correios em Caruaru irão realizar um ato público no mesmo dia, quinta-feira (10), com concentração às 8h em frente ao CDD Caruaru, com caminhada até a Agência Central e entrega de carta aberta à população.

 

Relembre

Uma primeira reunião dos funcionários foi realizada no Recife no último dia 23 de julho, onde foi decretado o estado de greve (um aviso que a greve poderia ser decretada a qualquer momento). À época, o sindicato alegou que mesmo após a aprovação a ECT não havia apresentado contraproposta alguma desde então. "Eles estão irredutíveis e não querem receber o movimento sindical", alegou Rinaldo.

O Sintec-PE informou que muitos trabalhadores dos Correios já faleceram em decorrência do novo coronavírus (covid-19). "A empresa não respeita, não dá condições de trabalho, não fornece material necessário para o trabalhador se proteger". De acordo com o secretário, só foi distribuída uma máscara para cada trabalhador e o álcool em gel é coletivo e distribuído de maneira controlada.

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