RENDA BRASIL

Guedes diz que estava com Bolsonaro quando vídeo foi gravado

No vídeo, Bolsonaro disse que quem sugere congelar aposentadorias merecia "cartão vermelho"

Estadão Conteúdo
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Publicado em 15/09/2020 às 18:52 | Atualizado em 15/09/2020 às 19:01
EVARISTO SA / AFP
Presidente Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes (Economia) - FOTO: EVARISTO SA / AFP
O ministro da Economia, Paulo Guedes, procurou, no evento online "Painel Tele Brasil 2020", afastar rumores sobre desentendimentos entre ele e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao Renda Brasil. Depois de afirmar que o "cartão vermelho" do presidente não foi para ele, Guedes disse que estava com Bolsonaro no momento da gravação do vídeo que foi publicado nas redes sociais do presidente, em que ele "enterrou" o novo programa.
"Prestem atenção aos sinais. Toda informação tem sinal e barulho. Mas não presta atenção no barulho, presta atenção no sinal. O sinal é que as reformas estão progredindo, a economia está voltando. O presidente diz que não conhece a economia e confia no ministro da Economia. O presidente diz que eu não entendo nada de política, parece que eu não entendo mesmo. Mas eu confio na intuição política do presidente. Prestem atenção aos sinais e não na barulheira. A democracia é barulhenta mesmo, mas preferimos o barulho da democracia do que o silêncio do sistema político fechado", destacou o ministro.
Mais cedo, o presidente publicou no Facebook um vídeo em que disse que merecia "cartão vermelho" quem sugere congelar aposentadorias. "Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final", afirmou Bolsonaro, no vídeo.
Guedes argumentou que Bolsonaro tinha direito a essa resposta política, uma vez "que fazem politicagem" sobre estudos do governo.
Durante a palestra no evento, o ministro afirmou que as manchetes de veículos de imprensa desta terça-feira, 15, distorceram a informação, sugerindo que Bolsonaro queria tirar dos pobres para dar para os mais pobres ao desvincular o salário mínimo de benefícios previdenciários para financiar o Renda Brasil.
Segundo o ministro, a proposta em estudo no ministério é a desindexação de todas as despesas, no âmbito da PEC do pacto federativo, para devolver o controle do orçamento aos governantes.

Guedes nega que "cartão vermelho" tenha sido direcionado a ele

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a "barulheira" em torno do Renda Brasil no período da manhã desta terça-feira ocorreu porque "estão conectando pontos que não são conectados", referindo-se às notícias sobre estudos da equipe econômica de desindexação do salário mínimo em benefícios previdenciários como forma de financiar o novo programa de assistência social. Guedes ainda disse que o "cartão vermelho" de Bolsonaro não foi direcionado a ele.
O ministro lembrou que, desde início, o presidente disse que não queria consolidar programas sociais para criar o Renda Brasil, e que foi uma decisão política.
Guedes também afirmou que o governo buscava uma aterrissagem suave do auxílio emergencial, que, por decisão do presidente, foi estendido até o fim do ano. "Estendeu o auxílio, então estudos prosseguiram para ver onde aterrissaria auxílio emergencial em 1º de janeiro. Quando estudos são formulados, discutidos, vão para mídia, não tem problema nenhum, o problema é ligar uma coisa à outra."
E repetiu: "O presidente está dizendo que a mídia está dizendo que eu estou querendo tirar dinheiro de pobre para dar para mais pobres. Eu não vou fazer isso. Acabou o Renda Brasil."

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