A taxa de desemprego em Pernambuco cresceu pelo quarto mês consecutivo, desde maio, alcançando 15,3% em agosto. O resultado está na Pnad Covid, divulgada nesta quarta-feira (23) pelo IBGE. Isso significa que o Estado tem hoje 574 mil pessoas desempregadas, contra 382 mil em maio quando a pesquisa foi iniciada. Ao longo dos meses a desocupação foi avançando gradativamente: 10,5% em maio, 12,6% em junho, 13,5% em julho e 15,3% em agosto.
O chefe da unidade do IBGE em Pernambuco, Gliner Alencar, reforça que a taxa de desemprego de agosto é a maior no âmbito da pesquisa da Pnad Covid, mas afirma que não é possível comparar com os dados da Pnad Contínua, onde o desemprego já registrou taxas mais altas. Questionado se a tendência de alta do desemprego deve persistir, ele diz que vai depender do comportamento do mercado no futuro. "Vai depender da quantidade de pessoas interessadas em entrar no mercado e da oferta de vagas na economia", observsa.
Com a retomada da atividade econômica no Estado, os informais voltaram às ruas e a comercializar seus produtos e serviços em casa. Isso contribuiu para que a taxa de informalidade aumentasse um ponto percentual entre julho e agosto, saindo de 40,7% para 41,7% da força de trabalho ocupada e chegando a 1 milhão e 326 mil trabalhadores, 42 mil a mais do que no mês anterior. Os informais são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregados que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
AUXÍLIO EMERGENCIAL
Pela primeira vez desde o início da pesquisa, a Pnad Covid detectou uma leve diminuição no número de domicílios pernambucanos em que ao menos um dos moradores recebeu o auxílio emergencial: foram 56,4% em agosto, contra 57,9% em julho. Isso significa que, em números absolutos, 1 milhão e 732 mil lares em Pernambuco receberam o benefício no mês passado. A mesma tendência de oscilação ocorreu no Brasil, de 44,1% para 43,9%. O valor médio do rendimento do auxílio em PE também apresentou queda discreta, de R$ 932 em julho para R$ 912 em agosto.
EMPRÉSTIMOS
Em tempos de pandemia, os pernambucanos também foram buscar dinheiro emprestado. Pelos menos 5,1% dos pouco mais de 3 milhões de domicílios do Estado recorreram a empréstimo em agosto. Os dados mostram um aumento em relação a julho, quando 4,3% da população pediu dinheiro emprestado.
Domicílios onde a renda domiciliar per capita está entre ½ e um salário mínimo foram responsáveis por um terço (33,3%) dos empréstimos concedidos e 43,4% dos recusados, compondo a maior fatia da população que recorre a esse tipo de expediente. Na maior parte dos lares pernambucanos que receberam dinheiro emprestado, 79,9% deles conseguiram os valores com bancos ou financeiras e 18,9% com parentes ou amigos.
ISOLAMENTO ARREFECEU
Quanto ao comportamento da população durante a pandemia, 174 mil pernambucanos (1,8%) não adotaram qualquer medida de restrição em agosto, em estabilidade perante julho, quando 1,9% dos habitantes do estado tomaram a mesma decisão. Houve, no entanto, um aumento no número de pessoas que reduziram o contato, mas continuaram saindo de casa: de 2,4 milhões (25,5%) para 3,1 milhões (33,2%).
Com isso, caiu o número de pessoas que ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas, de 4,3 milhões (45,8% da população) para 3,9 milhões (41%). O mesmo ocorreu com quem ficou rigorosamente isolado: eram 2,4 milhões (26%) em julho e, em agosto, o número diminuiu para 2,1 milhões (22,9%).
Pelo segundo mês consecutivo, Pernambuco apareceu como o Estado com o menor índice de testagem para covid-19 do Brasil. Em agosto, apenas 5,8% da população local foi testada contra uma média nacional de 8,5% e 19,4% do Distrito Federal, que foi o que mais testou.
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