A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), com apoio da Receita Federal e da Controladoria Geral da União (CGU), deflagraram na manhã desta sexta-feira (30), a Operação Vale Tudo. Dois empresários de Pernambuco estão entre os alvos da ação, que visa desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes em licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro no município de Extremoz, Região Metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte.
Ao todo, mais de 70 policiais cumprem 23 mandados de busca e apreensão, em PE e no RN, por determinação do Tribunal Regional Eleitoral potiguar. No Recife, a PF dá cumprimento a dois mandados nos bairros da Torre e San Martin, ambos na Zona Oeste da cidade.
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Além dos empresários pernambucanos, servidores de Extremoz e empresários do Rio Grande do Norte também estão na mira da operação. Os policiais também cumprem cinco mandados de suspensão da função pública e de pagamentos referentes aos contratos da prefeitura com as empresas investigadas.
A PF não divulgou os nomes dos suspeitos, alvos das ordens judiciais cumpridas nesta sexta-feira.
Prestação de contas originou investigação
As investigações que deram origem à "Vale Tudo" tiveram início a partir de indícios de falsidade na prestação de contas da campanha eleitoral de uma candidata a deputada estadual nas últimas eleições, em 2018. De acordo com a PF, à época, a postulante era ligada aos gestores municipais de Extremoz.
Durante a análise das contas da candidata foram descobertas muitas doações realizadas por servidores de Extremoz em valores que chegavam próximo à totalidade dos seus salários. Por causa disso, os funcionários públicos foram tiveram que prestar esclarecimentos à PF. Durante os depoimentos, alguns deles confessaram que, após terem feito a transferência para a conta da campanha, receberam os valores em espécie por orientação dos gestores do município.
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Após a Justiça determinar a quebra do sigilo bancário dos suspeitos, a PF descobriu que a organização criminosa teria desviado mais de R$ 2 milhões entre 2017 e 2020, por meio de fraudes em licitações que visavam à aquisição de medicamentos, produtos odontológicos e hospitalares.
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