As cooperativas de crédito trazem impacto positivo à economia das cidades que recebem esses empreendimentos, segundo o estudo " Benefícios Econômicos do Cooperativismo de Crédito na Economia Brasileira", realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o Sistema de Cooperativa de Crédito (Sicredi). O levantamento apontou que o cooperativismo de crédito cria 6,2% mais vagas de trabalho formal e contribuiu para aumentar em 15,7% o número de estabelecimentos comerciais, estimulando o empreendedorismo.
A pesquisa da Fipe também calculou o multiplicador do crédito cooperativo, um coeficiente que indica o impacto do crédito concedido pelas cooperativas no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. E ele revelou que a cada R$ 1,00 de crédito concedido são gerados mais R$ 2,45 na economia. Outra conclusão foi de que uma nova vaga de emprego é criada a cada R$ 35,8 mil emprestados por essas instituições. No Brasil, o estudo mostrou que são 1,4 mil municípios que tem uma ou mais cooperativas de crédito em atuação no período estudado. O levantamento analisou os dados econômicos de todas as cidades brasileiras com e sem cooperativas de crédito no período de 1994 a 2017, tendo como base as informações do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE).
As cooperativas de crédito também oferecem algo que contribui para alavancar o desenvolvimento local: juros mais baixos. A diferença de taxa de juros média oferecida pelas cooperativas de crédito às microempresas foi, também na média, de 20 pontos percentuais em 2019, quando comparada aos bancos tradicionais, segundo informações do Sistema Sicredi.
"A geração da riqueza pelas cooperativas de crédito ocorre de forma colaborativa. O resultado das operações fica no local onde é a sede do empreendimento, sendo distribuído entre todos os associados e fomentando o desenvolvimento. Unimos as pessoas que têm recursos sobrando com aqueles que desejam realizar um sonho", resume o presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pernambucred, Luís Aureliano de Barros Correia. Somente para o leitor ter uma ideia, a cooperativa de crédito pernambucana Sicredi Pernambucred distribuiu R$ 13,3 milhões com os associados no ano paassado. Os R$ 13,3 milhões são o resultado, formado pelo que sobra depois de pagar todas as despesas da instituição financeira que não visa obter o lucro.
Para 2020, a instituição tem a expectativa de crescimento de 42% em resultados e de aumentar em 9% o patrimônio. "A cooperativa cresce na crise porque oferece um ponto de apoio. O cooperado é o dono do empreendimento. A nossa filosofia é trazer prosperidade para a sociedade e a inadimplência é menor que 2%", conta o diretor Executivo da Sicredi Pernambucred, Giovanni Prado.
A Sicred Pernambucred é uma das 116 cooperativas que fazem parte do Sistema Sicredi, primeira instituição financeira cooperativa do Brasil. A unidade pernambucana está completando 20 anos este mês e conta com mais de 18 mil associados e 132 colaboradores. A instituição local administra mais de R$ 450 milhões em ativos e possui 14 agências em todo o Estado, localizadas na Região Metropolitana do Recife e em cidades polos do interior, como Caruaru, Petrolina e Salgueiro. Nestas duas décadas, foram distribuídos mais de R$ 91 milhões em resultados com os associados.
A partilha do resultado ocorre, proporcionalmente, ao uso que o associado faz dos serviços oferecidos pela instituição, como a conta corrente, aplicações, financiamentos, empréstimos, cartões, entre outros. "Quanto mais o cooperado utiliza os serviços, mais tem participação no resultado", garante Giovanni.
No Brasil, o cooperativismo de crédito representa 2,7% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN), totalizando 9,9 milhões de associados em 925 cooperativas de crédito com uma carteira de R$ 123 bilhões em depósitos e R$ 137 bilhões em crédito – aproximadamente R$ 250 bilhões em ativos totais - , de acordo com informações do Banco Central.
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