A prévia da inflação oficial do país teve alta de 0,81% em novembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é 0,13 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de outubro, de 0,94%.
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De acordo com o IBGE, essa foi a maior variação para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA-15 ficou em 0,85%. No ano, o índice acumula elevação de 3,13% e nos últimos 12 meses, de 4,22%. No mesmo período imediatamente anterior estava em 3,52%. Em novembro de 2019, a taxa alcançou 0,14%.
Alimentos
O grupo alimentação e bebidas (2,16%) foi o que teve maior influência no índice no mês (0,44 p.p.) e acumula alta de 12,12% no ano.
Os destaques foram os preços dos alimentos para consumo em domicílio, que avançaram 2,69% influenciados pela alta de itens importantes no consumo das famílias, como as carnes (4,89%), o arroz (8,29%) e a batata-inglesa, que passou de -4,39% em outubro para 33,37% em novembro. Houve aumento também no tomate (19,89%) e no óleo de soja (14,85%). Entre as quedas, a principal foi a do leite longa vida (-3,81%).
A alimentação fora de casa também contribuiu para o IPCA-15 de novembro e passou de 0,54% em outubro para 0,87% em novembro, a alta do item lanche (1,92%) contribuiu para o resultado. Já a refeição variou (0,49%), menos que a alta de outubro (0,93%).
Transportes
Outro impacto forte (0,20 p.p) foi o do grupo de transportes (1%), influenciado pela elevação da gasolina (1,17%), item de maior peso do IPCA-15. Os preços de outros combustíveis também tiveram alta na passagem de outubro para novembro, como o etanol (4,02%), o óleo diesel (0,53%) e o gás veicular (0,55%). O item automóvel novo foi outra contribuição importante no grupo com a alta de 1,07%.
Em movimento contrário, o aumento nas passagens aéreas (3,46%) em novembro mostrou desaceleração frente a outubro (39,90%). As passagens dos ônibus interestaduais (-0,52%) e dos ônibus intermunicipais (-0,40%) foram destaques de quedas no grupo de Transportes.
As maiores contribuições em Artigos de residência (1,40%), partiram dos itens mobiliário (2,40%) e eletrodomésticos e equipamentos (2,23%). Já os preços os aparelhos de ar-condicionado tiveram alta de 11,23%.
Habitação
A variação positiva das taxas de água e esgoto (0,33%), que refletem os reajustes tarifários de 3,04% em Belo Horizonte (1,33%), em vigor desde 1º de novembro, e de 5,88% em uma das concessionárias de Porto Alegre (1,69%), desde 1º de outubro contribuíram para o resultado do grupo Habitação (0,34%).
O resultado do item energia elétrica (-0,04%) teve impacto de dois reajustes e uma redução tarifária. "Em Brasília (-0,01%), com redução de 0,63% a partir de 22 de outubro; Goiânia (0,79%), com reajuste de 2,57% a partir de 22 de outubro; e São Paulo (-0,39%), com reajuste de 3,87% em uma das concessionárias pesquisadas, vigente desde 23 de outubro", informou o IBGE.
A prévia mostrou ainda que em São Paulo, apesar do reajuste tarifário, houve redução na alíquota de Pis/Cofins em uma das concessionárias pesquisadas. Isso fez o resultado ficar negativo.
Regiões
As altas se espalharam pelo país e todas as regiões pesquisadas apresentaram elevação. O menor resultado foi anotado na Região Metropolitana de Recife (0,31%), especialmente por causa da queda nos preços da gasolina (-1,37%). O maior foi em Goiânia (1,26%). Lá a alta de 3,25% na gasolina foi a principal responsável.
Coleta
Os preços para o cálculo do IPCA-15 foram coletados no período de 14 de outubro a 12 de novembro de 2020 (referência) e comparados com os vigentes de 12 de setembro a 13 de outubro de 2020 (base).
"O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica", acrescentou o IBGE.