A Black Friday nesta sexta-feira (27) vai coroar o movimento do comércio e serviços que passaram todo o mês de novembro com ações e condições especiais de pagamento. Em relatório divulgado pela XP Investimentos, os analistas de varejo Marco Nardini e Danniela Eiger listam cinco motivos pelos quais eles acreditam que o período promocional deste ano vai superar aquele de 2019 nas compras online.
Em primeiro lugar, os analistas destacam que os consumidores já estão acostumados a comprar pela internet, "com número de usuários online aumentando em mais de 40% e mais de 5 milhões de consumidores fazendo sua primeira compra online este ano".
Depois, observam, a data promocional se consolidou no calendário do varejo brasileiro em sua 10ª edição. "Segundo levantamento do Reclame Aqui, 70% dos entrevistados pretendem fazer compras no evento, enquanto o Brasil se destaca como o segundo país mais ativo em tweets sobre o tema, atrás apenas dos Estados Unidos", dizem os especialistas.
O terceiro ponto destacado pela dupla é a nova realidade do home office, "uma vez que a maioria das pessoas está trabalhando de casa e, portanto, está mais tempo conectada e mais exposta às ofertas online".
Nardini e Danniela acreditam que o quato ponto a ser observado é o aumento da poupança e a demanda reprimida. "Sete em cada 10 respondentes de uma pesquisa realizada pela Globo não compraram algo em 2020 por conta da pandemia."
Por último, destacam, as taxas de juros mais baixas no Brasil sustentam o consumo, "ao mesmo tempo em que tornam o parcelamento mais atraente".
Os analistas ainda trazem números de pesquisa que mostram boas previsões, como a da Ebit/Nielsen, que apontam crescimento de 27% nas vendas da Black Friday de 2020, em relação a 2019, quando somaram R$ 3,2 bilhões. Já a associação brasileira de e-commerce (ABComm), prevê um crescimento de 77% na base anual, considerando a quinta-feira anterior à Black Friday até a segunda-feira seguinte.
CONCORRENTES
De acordo com os dois analistas, a Via Varejo (dona das Casas Bahia) tem um grande potencial de se destacar nas vendas este ano, diante do fato de que a indústria ficou sem estoque em vários segmentos devido a uma recuperação mais rápida da economia, embalada pelo auxílio emergencial. "Nesse sentido, destacamos a Via Varejo como uma empresa bem posicionada uma vez que a companhia tomou a decisão estratégica de manter as compras de fornecedores durante toda a pandemia, garantindo um estoque robusto para a Black Friday", escrevem.
Eles também analisaram as estratégias das empresas e informam que as companhias de varejo listadas em Bolsa estão muito focadas no relacionamento direto com o cliente nas redes sociais. "A B2W (Lojas Americanas) se destaca como a única com abordagem de Live Commerce (permite interação entre clientes e influenciadores)", destalham. Já a Via Varejo aparece agressiva em relação ao frete grátis, equanto a B2W e a Magalu (magazine Luiza), oferecem o frete grátis para itens selecionados, apenas no aplicativo ou para membros prime.
"Acreditamos que ser multicanal será um diferencial em relação ao varejo tradicional, principalmente por conta do aumento de preocupações com a segunda onda de Covid-19", dizem os analistas.
PRODUTOS
Citando dados do Twitter, Marco Nardini e Danniela Eiger lembram que os consumidores brasileiros priorizam preços mais baixos (86%) ao escolher onde comprar, também valorizam o frete grátis (57%), combos (35%) e parcerias de cashback (17%). "Acreditamos também que as diferentes opções de pagamento, a opcionalidade multicanal através do Clique e Retire e o atendimento online / via Whatsapp podem ser diferenciais."
Três pesquisas distintas (Reclame Aqui, Globo e Twitter) apontaram vestuário/calçados como a categoria mais desejada pelos consumidores nesta Black Friday. Eletrônicos também aparecem como outra categoria importante, enquanto eletrodomésticos só aparecem bem posicionados em uma das pesquisas. "Acreditamos que isso pode ser decorrente de uma potencial antecipação da demanda desta categoria devido ao auxílio emergencial, que já foi reduzido pela metade a partir de setembro."
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