Mercado de Trabalho

Desemprego em Pernambuco alcança a maior taxa desde o início da Pnad Covid, chegando a 17,1% em outubro

Resultado da Pnad Covid de outubro, foi o maior desde que a pesquisa começou a ser divulgada, em maio. Escalada do desemprego também apareceu na Pnad Contínua (18,8%)

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Publicado em 01/12/2020 às 19:06
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
BENEFÍCIO Redução no valor do auxílio emergencial e menos gente recebendo aumentaram a busca por emprego - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
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A taxa de desemprego em Pernambuco alcançou 17,1% em outubro contra 15,9% em setembro. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (1°) pela Pnad Covid, realizada pelo IBGE. A desocupação foi a maior do Estado, desde o início da pesquisa, em maio, mas segundo o IBGE está associada a uma maior procura por emprego do que ao fechamento de vagas. 

"Em função da pandemia do novo coronavírus muitas pessoas desistiram de procurar emprego, ou por falta da perspectiva de conseguir, diante de um mercado desaquecido, ou por necessidade de cumprir o isolamento social. Só a partir de agosto (após a reabertura de vários setores econômicos) é que voltam a surgir vagas e as pessoas decidem procurar emprego. É verdade que o número de empregos que surge não é suficiente para atender a todo mundo, mas muda a dinâmica do mercado de trabalho", observa Gliner Alencar, chefe da Unidade Estadual do IBGE em Pernambuco. 

O que o chefe do IBGE explica é que pelo terceiro mês seguido, houve uma redução da população fora da força de trabalho (que não estavam trabalhando nem procuravam por trabalho) em Pernambuco que gostariam de trabalhar, mas não conseguiram procurar emprego por causa da pandemia da covid-19 ou por falta de oportunidade na região onde vivem. Em outubro, eram 885 mil pessoas, enquanto em setembro, eram 981 mil pessoas.

A redução no valor do auxílio emergencial e um número menor de pessoas recebendo o benefício também influenciou na maior busca das pessoas por emprego. Segundo o IBGE, o número de domicílios em que ao menos um dos moradores recebeu o auxílio emergencial caiu de 56,3% em setembro para 55,4% em outubro. 

A pesquisa também mostra o avanço da informalidade como alternativa para escapar da falta de emprego. 
A taxa em Pernambuco passou de 42,3% para 42,9% da força de trabalho ocupada, chegando a 1 milhão e 386 mil trabalhadores em outubro. É quase metade da força de trabalho atuando como empregados do setor privado sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregados que não contribuem para o INSS e trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS. Todos eles numa situação de vulnerabilidade social e com futuro previdenciário incerto. 

PNAD CONTÍNUA

Pernambuco também aparece com alta taxa de desemprego na Pnad Contínua, divulgada na última sexta-feira (27) pelo IBGE para o terceiro trimestre terminado em setembro. O Estado teve a segunda maior variação do Brasil, depois da Paraíba (4,0 p.p) e junto com o Amapá (3,8 p.p) e está em quinto lugar no ranking das maiores taxas do País, com 18,8% da força de trabalho desempregada. No trimestre anterior, a taxa tinha ficado em 16,4%. 

WILSON DIAS-ABR
Pessoas voltam a procurar em emprego após tsunami provocado pela pandemia. Desempregado nos País são 14,1 milhões - FOTO:WILSON DIAS-ABR

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