A pandemia do novo coronavírus também vai impactar as festas natalinas de 2020. Levantamento da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE), realizado a partir de dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE, mostram que existe um aumento nos preços dos produtos mais consumidos no Natal. Enquanto a inflação oficial do período de janeiro a novembro ficou em 4%, o indicador para a cesta natalina ficou bem acima da inflação, acumulando alta de 7,8% no mesmo período.
O economista da Fecomércio e responsável pelo levantamento, Rafael Ramos, explica que a alta está ligada a uma conjunção de fatores. O movimento da alta nos preços vem sendo influenciado por um conjunto de questões, restringe o orçamento das famílias e limita a comemoração ligada ao consumo de produtos.
"Fatores como o recebimento do 13º salário em novembro e dezembro, injetando aproximadamente R$ 6 bilhões de reais na economia. A continuidade do auxílio emergencial que, apesar da redução de 50% no valor do benefício, vem contribuindo para amenizar a queda do consumo daqueles que estão na informalidade e em vulnerabilidade social, além do aumento da renda de parte das pessoas que voltaram ao mercado de trabalho com as vagas temporárias de final de ano, acabam elevando o poder de consumo das famílias e pressionam os preços através da demanda mais aquecida", observa Ramos.
Ele também destaca o câmbio como outro fator na pressão sobre os preços. "O câmbio influencia fazendo com que exista vantagem em exportar produtos cotados em dólar como o arroz e a carne o que acaba criando um momento de desabastecimento do mercado interno e uma pressão nos preços destes produtos. A desvalorização do real também acaba impactando produtos importados e os seus componentes, o que também puxa os preços destes itens para cima", analisa o economista.
Além da cesta natalina, muitos presentes estão inflacionados neste final de ano. Entre os produtos com elevação nos preços estão joias e bijuterias, puxados pela atuação do câmbio elevado; as bicicletas com reflexo da maior demanda por transportes que evitem aglomerações, mais saudáveis e menos custosos; alimentação no domicílio puxado pelo encarecimento de produtos de entressafra, do câmbio e do elevado além de TV, som e informática, que tiveram os preços puxados para cima por conta da maior demanda por estes produtos na pandemia, com maior presença nos estabelecimentos e da maior adesão do home office.
QUEDA
Por outro lado, alguns produtos tiveram queda nos preços também influenciadas pela pandemia da covid-19. "Isso aconteceu com itens como passagens aéreas, que apresentam reflexo de uma demanda bem mais reduzida diante do cenário de pandemia, e produtos ligados a vestuário, calçados e acessórios, que apresentam também baixa procura devido a impossibilidade de eventos sociais", afirma Ramos.
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