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Nordeste bate recorde de geração de energia

A região vem registrando recordes constantes, porque aumentou a produção das eólicas e as hidrelétricas da Chesf estão gerando mais energia devido a um volume maior de água na bacia do São Francisco.

Angela Fernanda Belfort
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Angela Fernanda Belfort
Publicado em 16/12/2020 às 20:00 | Atualizado em 16/12/2020 às 20:16
DIVULGAÇÃO/ARI VERSIANI/PAC
As eólicas e as hidrelétricas do São Francisco estão contribuindo para o Nordeste bater recordes na geração de energia elétrica - FOTO: DIVULGAÇÃO/ARI VERSIANI/PAC

O Nordeste apresentou nesta terça-feira (15) um novo recorde de geração máxima, com 18.002 Megawatt (MW) valor horário. Isso significa o máximo de energia produzida num horário de pico da geração. O recorde anterior foi de 17.782 MW no valor horário e ocorreu no último dia 11 de dezembro. A Região continua como exportadora de energia para o Sul/Sudeste, que está em situação de escassez hídrica. “O que está acontecendo é que está havendo uma boa geração nas eólicas e as hidrelétricas do São Francisco também estão gerando", explica o diretor de Operações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin.

>> Nordeste tem conseguido exportar energia para o Sul e Sudeste do País

De 2013 a 2019, as hidrelétricas do São Francisco geraram menos energia para poupar a água do Rio São Francisco, que passou pela estiagem mais severa dos últimos 90 anos. Em abril último, o reservatório de Sobradinho chegou a 94% do seu volume útil. Atualmente, Sobradinho está com 51% da sua capacidade e ainda está no período chuvoso para a bacia do São Francisco. "Estamos num momento que demonstra a importância do Sistema Interligado Nacional (SIN) e a grande vantagem de uma matriz energética diversificada para o atendimento aos consumidores do país”, declarou o diretor de Operação da Chesf, João Henrique Franklin. O SIN abastece 99% dos lares brasileiros.

E a diversificação da geração é importante para não depender de uma única fonte geradora que pode ficar escassa, como ocorreu em 2001, quando houve racionamento de energia. "Na atual crise hídrica do Sul e Sudeste, quem está contribuindo para o abastecimento energético do País é o Nordeste", comenta João Henrique. Tradicionalmente, a região foi importadora de energia até este ano.

Há cerca de 10 anos, o Nordeste só tinha, basicamente, cerca de 10 mil MW de capacidade instalada nas hidrelétricas da Chesf. A geração eólica aumentou muito na última entre 2010 e 2019. Atualmente, cerca de 40% da energia produzida no Nordeste saem das hidrelétricas da Chesf, 40% são gerados pelas eólicas e os 20% restantes são de termelétricas e geração solar. "E está só no começo, porque a região tem as hidrelétricas da Chesf, os bons ventos e a energia solar, que é a próxima fonte a aumentar muito. Isso tudo está construindo uma vantagem para a região", concluiu João Henrique. Também está previsto uma expansão das eólicas na Região.

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