ECONOMIA

Atraso de vacina que implique em mobilidade menor pode impactar atividade, diz BC

Segundo Campos Neto, presidente do BC, o governo segue comprometido com a vacinação

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Publicado em 17/12/2020 às 13:55 | Atualizado em 17/12/2020 às 13:58
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IMUNIZAÇÃO Nos Estados Unidos, 50,4% das pessoas com mais de 18 anos estão parcialmente imunizadas. No resto da América Latina, ritmo varia - FOTO: TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta quinta-feira, 17, a importância das vacinas contra a covid-19 para recuperação da economia no Brasil e em outros países. "Os preços de mercado deixaram de seguir anúncios fiscais e passaram a seguir os anúncios de vacinas. É mais eficiente gerar condições para pessoas trabalharem. O mercado deixou de olhar soluções temporárias para enxergar uma solução definitiva, que sempre será mais eficiente", afirmou, em coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta pelo BC.
Para Campos Neto, o governo segue comprometido com a vacinação, inclusive com a MP que libera R$ 20 bilhões para a compra de imunizantes. "Os esforços direcionados na vacina são mais eficientes que possível extensão do auxílio emergencial", completou.
O presidente do BC lembrou que se a pandemia ocasionar novas restrições de mobilidade, poderá haver impacto no crescimento de curto prazo. Mas, por outro lado, avançamos muito no desenvolvimento da vacina. O mundo produziu várias vacinas que os testes mostram que são eficientes", acrescentou.
Apesar de o Brasil estar atrás de outros países que já têm um cronograma definido de vacinação em massa, Campos Neto avaliou que nada indica que haverá um atraso no plano de vacinas no País. "Se houver atraso de vacina que implique em mobilidade menor, haverá impacto na atividade, mas temos que esperar um pouco para ver qual será o impacto disso, como será a logística e como a população vai reagir a isso", completou.

Diminuição da mobilidade

O presidente do Banco Central disse também que há uma nova diminuição na mobilidade em alguns países, que pode também ocorrer no Brasil. Segundo ele, porém, ainda é cedo para prever os impactos que esse processo pode causar nos indicadores da economia brasileira no primeiro trimestre de 2021.
Campos Neto negou que as novas projeções da autoridade monetária para o mercado de crédito sejam muito otimistas. "Várias medidas do BC fomentaram bastante o crédito livre, com os saldos crescendo bastante para pessoas jurídicas. Ainda há um espaço de absorção relativamente grande. Os programas de crédito que criamos foram muito eficientes e alguns deles podem ser estendidos ou mesmo transformados em permanentes", acrescentou.
O presidente do BC enfatizou que todas as projeções feitas pela autoridade monetária levam em consideração a retirada do auxílio emergencial no fim deste ano. Ele destacou a importância do canal de crédito continuar funcionando em 2021, para compensar em parte a retirada do auxílio. "Na Europa, países com crescimento de crédito maior têm retomada em 'V' mais inclinada", exemplificou.
Campos Neto citou ainda que setor de transporte já começou a ter melhores resultados, conforme dados mais recentes.

Poupança precaucional

O presidente do Banco Central avaliou que a expectativa pela vacinação contra a covid-19 pode ter efeitos sobre a poupança precaucional das famílias acumulada durante a pandemia. "A poupança precaucional está ligada à expectativa de volta à normalidade. Quando saímos de uma conversa de mais auxílio emergencial e passamos para a vacinação, que é uma solução mais definitiva, isso pode impactar a forma com as pessoas se comportam e, por consequência, a poupança precaucional", afirmou.

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