Estudo vai mostrar a viabilidade de produzir biogás no Recife e em Fernando de Noronha
O projeto que vai bancar os estudos foi feito pela Usina Pernambucana de Inovação que conseguiu aprovar um projeto na Unido, que vai bancar R$ 240 mil
O governo do Estado vai desenvolver estudos para verificar a viabilidade econômica-financeira da geração de biogás a partir do resíduo orgânico na Região Metropolitana do Recife e em Fernando de Noronha. Atualmente, o Recife enterrra os resíduos orgânicos que podem ser usados para gerar energia sem poluir o meio ambiente. E os resíduos orgânicos de Fernando de Noronha são transportados, em navios, para o Recife. Os estudos serão bancados pela Agência da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) que vai bancar R$ 240 mil depois de aprovar o projeto elaborado pela Usina Pernambucana de Inovação, órgão ligado à Secretaria de Tecnologia e Inovação (Secti).
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"A nossa intenção é entregar esses estudos em dezembro deste ano. E a perspectiva é de implantar as refinarias. Mais de 100 mil turistas passam por Noronha anualmente. Então, temos que olhar com carinho para a produção de energia de lá", resume o secretário estadual de Tecnologia e Inovação, Lucas Ramos, se referindo as duas biorrefinarias que poderão ser implantadas. Também estão à frente deste projeto a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH).
As refinarias de biogás devem ser implantadas de forma integrada com o Plano de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Pernambuco. Os resíduos orgânicos podem ser usados para produzir energia, que é um bem caro. Os estudos vão mostrar o total de resíduos que podem ser usados para produzir energia, dando uma destinação ambientalmente mais correta ao que hoje é enterrado. "O potencial de biogás em Pernambuco é de uma geração de 1,6 bilhão de metros cúbicos por ano, considerando todo o resíduo orgânico gerado no Estado. E o que é mais importante: vai dar um destino ambientalmente correto a estes resíduos", comenta Lucas Ramos.
Já com relação à Fernando de Noronha, são produzidas 430 toneladas de resíduo orgânico por mês em Noronha que recebe cerca de 100 mil turistas por ano antes da pandemia. Os custos de trazer o lixo orgânico de navio para o continente fica em torno de R$ 12 milhões anualmente nos últimos três anos, também antes da crise sanitária.
"Estamos entrando em contato com alguns outras empresas que poderão participar do projeto, como pode ser o caso da Celpe e da Caixa Econômica Federal (CEF) que podem se interessar em financiar a implantação das refinarias", afirma Lucas Ramos. A Celpe já implantou usinas de geração solar em Noronha e outras iniciativas, incluindo investimentos do Programa de Eficiência Energética da distribuidora, que é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
As refinarias também podem se transformar em mais uma fonte de receita para as empresas que atualmente oferecem os serviços de aterro sanitário. E a tendência é aumentar a produção de energia a partir de resíduo porque cada dia a sociedade vai cobrar mais projetos sustentáveis.