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Petrolina ganha usina para gerar energia do biogás de aterro sanitário

A primeira usina de biogás em aterro sanitário do Sertão do Estado entra em plena operação nesta segunda-feira (2)

JC Online e ABr
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Publicado em 28/11/2019 às 20:09
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A primeira usina de biogás em aterro sanitário do Sertão do Estado entra em plena operação nesta segunda-feira (2) - FOTO: Foto: Divulgação
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A primeira usina de biogás em aterro sanitário do Sertão do Estado, inaugurada em Petrolina, entra em plena operação nesta segunda-feira (2). A companhia Gera Energia Brasil investiu mais de R$ 6 milhões na planta com capacidade de 1 MW, direcionado ao mercado de geração distribuída (GD) com expectativa de geração de energia de 8.240 MW/h por ano, correspondente a 4,3 mil residências.

“Proveniente da decomposição do lixo no aterro sanitário, a unidade vai produzir energia através da queima do metano, que assim, deixa de ir para a atmosfera”, explica Carlos Innecco, gerente da companhia, que inaugurou  sua primeira planta de geração distribuída a biogás em Barra Mansa, no Rio de Janeiro.

A região Nordeste conta hoje com dez plantas com produção média de 345 mil Nm³/dia, todas elas a partir do saneamento. O potencial da região, no entanto, é de aproximadamente 7,6 bilhões Nm³/dia, segundo cálculos da ABiogás, o que, em termos de geração elétrica, poderia gerar 17 mil GWh/ano. A produção viria não apenas do saneamento, mas considerando também outras fontes de produção, como os resíduos produzidos pelos setores agroindustrial e sucroenergético.

Além de Petrolina, a Gera também está trabalhando na implantação de uma usina em Caruaru, no Agreste, e prospectando outros lugares. “Ainda existe um grande potencial de crescimento em cidades grandes e do interior de geração de energia a partir do biogás”, relata Innecco.

Geração distribuída

Em outubro deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu abrir uma consulta pública para rever as regras que tratam da chamada geração distribuída, modalidade na qual os consumidores também podem gerar a própria energia elétrica em suas residências, geralmente por meio de painéis solares ou outra solução com fontes renováveis. As contribuições poderão ser recebidas até o dia 30 de dezembro.

Segundo a Gera, a geração distribuída impulsionou a produção de biogás no Brasil nos últimos cinco anos, com crescimento de 40% ao ano. De acordo com dados da Associação Brasileira de Biogás (ABiogás), o Brasil conta hoje com mais de 400 plantas, cerca de 60% delas de pequeno a médio porte viabilizadas por produtores rurais. A empresa aguarda a definição quanto à regulamentação para dar andamento a outras inciativas.

Na avaliação do presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, a revisão das regras proposta pela resolução 482 da Aneel pode afetar todo um sistema de inovação. “Defendemos um modelo de transição suave, que não quebre as iniciativas que se formam em torno da geração distribuída”, afirma.

Usina de biogás em Igarassu

A ENC Energy Brasil – especializada na geração de energia a partir do biogás de aterros sanitários – inaugura ainda este mês sua primeira usina de biogás em Pernambuco, no município de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Com investimento de R$ 20 milhões, a unidade terá capacidade para gerar quatro megawatts de energia (quando estiver em plena operação), que serão comercializados no cobiçado mercado de geração distribuída (GD), há 7 anos comemorando crescimento exponencial no País. Além do negócio principal da energia, a companhia também está se habilitando na Organização das Nações Unidas (ONU) para vender os créditos de carbono provenientes da redução da emissão de gases do efeito estufa durante o processo.

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