RETRAÇÃO

Indústria de Pernambuco volta a cair em fevereiro, mas tem melhor desempenho do Nordeste

Enquanto o Pernambuco caiu -1,1%, a Região Nordeste como um todo retraiu -2,6%

Marcelo Aprígio
Cadastrado por
Marcelo Aprígio
Publicado em 08/04/2021 às 11:51
ACERVO JC IMAGEM
RETRAÇÃO Indústrias de alimentos (-17,6%) e bebidas (-0,4%) registraram recuos em fevereiro de 2021, no Estado - FOTO: ACERVO JC IMAGEM
Leitura:

A produção industrial de Pernambuco voltou a cair em fevereiro de 2021. Segundo a Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-PF Regional), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo IBGE, o Estado registrou queda de -1,1% no segundo mês do ano. O desempenho pernambucano foi pior que o do Brasil, que viu o setor recuar 0,7%. Com isso, o Estado ficou em 9º lugar entre as 15 localidades pesquisadas. O resultado de fevereiro contrasta com o do mês anterior, quando a indústria pernambucana havia apresentado o segundo melhor desempenho do país, crescendo 3,6%.

Apesar do índice desfavorável, a retração ainda é menor do que a observada no Nordeste como um todo (-2,6%) e nos dois outros Estados da região que fazem parte do levantamento: Bahia (-5,8%) e Ceará (-7,7%).

Ainda de acordo com a comparação entre janeiro e fevereiro de 2021, dez estados pesquisadas registraram índices negativos, diferentemente do Mato Grosso (7,3%) e Espírito Santo (4,6%), que apontaram os maiores avanços no mês, com ambos voltando a crescer após recuarem em janeiro. Goiás (2,0%), Rio de Janeiro (1,9%) e Minas Gerais (0,5%) assinalaram os demais resultados positivos nesse mês.

Quando fevereiro de 2021 é comparado com o mesmo mês do ano passado, Pernambuco ainda não vai bem e apresenta queda de -1,5%. O cenário muda e o Estado apresenta um incremento quando o acumulado do ano (3,2%) e os últimos 12 meses (3%) são levados em consideração. Em ambos os casos, o resultado foi melhor do que na média nacional, que registrou 1,3% e -4,1%, respectivamente.

O gerente de Relações Industriais da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Maurício Laranjeira, diz que o setor vem sendo pressionado desde o ano passado por custos de produção provocados pela matéria-prima dolarizada e pela falta de insumos no mercado. "Tem sido difícil para a indústria repassar os custos para o preço final porque o mercado já está retraído. Todo esse cenário se reflete no índice de confiança do empresário e na retomada da economia. O aumento no ritmo da vacinação poderia refletir no índice de confiança, que reflete a possibilidade de realizar investimentos e apostar em contratações", afirma. No setor continuam faltando matérias-primas como plástico, embalagens, produtos químicos e tantas outras.

Bebidas e alimentos têm recuo

Em fevereiro de 2021, nove das 12 seções e atividades industriais cobertas pela PIM-PF no estado tiveram alta na comparação com fevereiro de 2020, com destaque para a Fabricação de celulose, papel e produtos de papel (20,3%), Metalurgia (15,7%) e Fabricação de outros produtos químicos (13,4%). Outras áreas industriais com bons resultados foram a Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,6%) e Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (8,1%). As três áreas com índices negativos foram a Fabricação de bebidas (-0,4%), a Fabricação de produtos alimentícios (-17,6%) e a Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-19,3%).

Já no acumulado de janeiro e fevereiro, frente ao mesmo período do ano anterior, a Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos teve o melhor desempenho, com avanço de 17%, enquanto a fabricação de bebidas (-0,5%) e de produtos alimentícios (-7,4%) foram as categorias que apresentaram índices negativos.

No acumulado dos últimos 12 meses, a maior alta foi registrada na Fabricação de produtos de borracha e de material plástico, cujo avanço foi de 11,6%, seguido pela Fabricação de sabões, detergentes, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal (8,1%). Já a Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores apresentou o recuo mais significativo (-49,4%). 

FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
O desempenho pernambucano foi pior que o do Brasil, que viu o setor recuar 0,7% - FOTO:FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM

Comentários

Últimas notícias