FLEXIBILIZAÇÃO

Bares e restaurantes de Pernambuco consideram mudança de horário feita pelo governo ineficaz

A decisão sobre a flexibilização foi tomada após reunião do Comitê de Enfrentamento à covid-19 realizada nessa quarta (21)

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Katarina Moraes

Publicado em 22/04/2021 às 13:39 | Atualizado em 22/04/2021 às 14:50
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O governo do estado anunciou, nesta quinta-feira (22), a prorrogação das atuais medidas restritivas que visam minimizar os impactos da covid-19 no sistema de saúde. No entanto, alguns ajustes serão realizados e entrarão em vigor na próxima segunda (26). Entre eles, está a alteração dos horários de funcionamento do comércio, incluindo aí os serviços de bares e restaurantes.

Tais estabelecimentos terão horário estendido para fechamento, seguindo o horário optado pela abertura. Caso abram às 10h, os estabelecimentos podem fechar às 18h. Se abertos às 9h, o fechamento é às 17h. Anteriormente, bares e restaurantes só podiam ficar abertos até as 17h.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco, André Araújo, avalia que a mudança não será expressiva. "Uma hora não resolve nosso problema. Praticamente, ficou na mesma. Temos conversas semanalmente com o governo. Vamos esperar a próxima reunião, segunda ou terça, para ver se teve alguma melhora no quadro de saúde", revela.

Já os comerciantes de praia - então proibidos de trabalhar - podem voltar para a faixa de areia do litoral pernambucano de segunda à sexta-feira, das 9h às 16h. Entretanto, não podem comercializar nos finais de semana.

O barraqueiro da Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, Júlio César, que liderou os protestos pedindo pela flexibilização da quarentena em 2020, comemora a liberação nos dias de semana, mas considera um 'ponto negativo' não poder funcionar aos sábados e domingos.

"São os melhores dias para o comércio da praia, os que dão melhor retorno financeiro. Durante a semana, é mais complicado, principalmente agora, que estamos no inverno, fica uma situação difícil. Agora, é esperar que as coisas melhorem. A gente vai conversar, mostrar e explicar que estamos respeitando [as medidas de segurança] para conseguir a liberação", diz.

A decisão sobre a flexibilização foi tomada após reunião do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 realizada nessa quarta (21). Em pronunciamento, o governador Paulo Câmara informou que os números das últimas três semanas indicam uma estabilização de casos, internações e óbitos devido ao novo coronavírus em Pernambuco, mas com percentuais ainda em um patamar alto.

Confira o anúncio do governador Paulo Câmara:

Medidas atuais

Antes mesmo do anúncio, nos corredores do Palácio do Campo das Princesas, interlocutores já apontavam que o governo estadual havia começado a “preparar o terreno” para, no mínimo, prorrogar o atual decreto. A leitura ocorreu após a gestão Paulo Câmara divulgar, no domingo (18), um estudo da Organização Panamericana de Saúde (Opas) no qual Pernambuco e a Região Nordeste registraram as menores taxas de mortalidade por covid-19 do Brasil nos 30 dias que antecederam a divulgação do levantamento.

Atualmente, o Estado passa por um período de retomada das atividades, após quarentena que teve início no dia 18 de março e seguiu até o dia 31 do mês passado. Regidas pelo Plano de Convivência com a Covid-19, as atuais medidas entraram em vigor em 1º de abril, após o governador Paulo Câmara (PSB) assinar um decreto instituindo-as. Com o anúncio desta quinta, elas foram renovadas em grande medida.

Dados da pandemia

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quinta-feira (22), 1.202 casos da covid-19. Entre os confirmados, 74 (6%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.128 (94%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 389.709 casos confirmados da doença, sendo 39.168 graves e 350.541 leves. Também foram confirmados 45 óbitos, ocorridos entre 01/11/2020 e 21/04/2021. Com isso, o Estado totaliza 13.425 mortes pela doença. 

Na noite dessa quarta-feira (21), a Secretaria havia divulgado que que 1.610 pacientes com covid-19 estão em leitos de terapia intensiva da rede pública, atualmente, e 513 encontram-se internados em UTIs exclusivas para a doença na rede privada. Os números, diz a pasta, mostram que a taxa de ocupação desses leitos no Estado já chega a 97% nos hospitais públicos e a 85% nos privados. Com relação aos leitos de enfermaria, a SES informa que 1.249 vagas para pacientes com covid-19 estão ocupadas nos hospitais da rede pública (taxa de ocupação de 84%) e 283 (65% de ocupação) na particular.

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