Secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha acredita que a CPI que irá investigar as ações do governo e o uso de verbas federais por Estados e municípios na pandemia de covid-19 será importante para que os Estados esclareçam como foram utilizados os recursos destinados pelo governo federal. Porém, ele critica a politização em torno da comissão.
"Infelizmente, a gente vive com fake news diariamente. No combate à covid não adianta dizer onde está cada recurso no portal da transparência, as pessoas querem polêmica de grupo de WhatsApp. Então, a CPI vem para esclarecer, é uma oportunidade para isso. Vai ser tranquilo. Para mim, o debate político exacerbado é que está muito presente, não é a CPI, é a covid-19 que entrou em uma política que atrapalha ações do dia a dia", afirmou Décio em entrevista à Rádio Jornal, na manhã de ontem.
Questionado sobre a utilização de recursos em Pernambuco, o secretário esclareceu que há recursos que poderiam ser utilizados em qualquer área, outros não.
"A lei de socorro aos estados que mandou a Pernambuco perto de R$ 3 bilhões, que houve a celeuma, a confusão de que teriam sido R$ 42 bilhões, a lei é clara sobre o que vinculado e o que não é. Pernambuco recebeu cerca de R$ 1 bilhão de receita, em quatro parcelas fixas, não vinculáveis, foi para compensar queda de receita. E o que foi vinculado foi direto ao SUS. Não tem estresse, é muita política, muita confusão. Acho que o Brasil precisa pegar a trilha de volta, pois está muito polemizado", comentou.
Inicialmente, a CPI teria foco apenas nas omissões do governo federal durante a pandemia. Senadores governistas, porém, apresentaram um novo requerimento para que os repasses da União para os outros entes também entrassem na lista de objetos a serem investigados. A inclusão foi defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que busca tirar as atenções apenas do seu governo e, de quebra, atingir adversários como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A únião dos dois temas na CPI foi aprovada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), eleito para o cargo com apoio do Palácio do Planalto. Pacheco chegou a ser chamado publicamente de ingrato pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), por não impedir Renan de assumir como relator.
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