LEILÃO

Mineração de fosfato no litoral de Pernambuco e da Paraíba gera até 2 mil vagas de emprego

A BF Mineração LTDA. ofereceu o valor de R$ 51 mil em bônus de assinatura, o que representa um ágio de 70% do lance mínimo do depósito mineral

Imagem do autor
Cadastrado por

Lucas Moraes

Publicado em 11/06/2021 às 7:40
Notícia
X

O Governo Federal, através do Ministério de Minas e Energia (MME), licitou na modalidade leilão, ontem (10), o depósito mineral do projeto Fosfato - Miriri do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) para a empresa BF Mineração LTDA . A empresa arrematou os direitos de exploração do projeto, que foi qualificado no Programa de Parceria de Investimentos (SPPI), do Ministério da Economia. A previsão de investimento para mineração da área, ao longo do litoral de Pernambuco e da Paraíba, é de R$ 190 milhões, com geração de até duas mil vagas de emprego. A sessão pública aconteceu no escritório do SGB/CPRM, no Rio de Janeiro.

A BF Mineração LTDA. ofereceu o valor de R$ 51 mil em bônus de assinatura, o que representa um ágio de 70% do lance mínimo. Além disso, se a empresa vencedora viabilizar um projeto para a produção de concentrado de fosfato, será pago um bônus de oportunidade ao Serviço Geológico do Brasil de R$ 2.631.000,00.

O projeto Miriri foi objeto de estudos do Serviço Geológico do Brasil na década de 1970 e, após a reavaliação dos dados gerados nessa época, foi realizada a valoração econômica do ativo por uma consultoria independente. Segundo o presidente da Comissão Especial de Licitação, Leandro Bertossi, “o desenvolvimento de um projeto de fosfato no nordeste do País visa diminuir a grande dependência nacional desse insumo tão importante para a agricultura brasileira”.

O depósito de fosfato de Miriri está localizado na região costeira dos estados de Pernambuco e da Paraíba, correspondendo a sete processos minerários divididos em dois blocos, totalizando 6.112,18 hectares com 115 milhões de toneladas de minério de fosfato, com teor médio de 4,19%. A região do Projeto Miriri está inserida na Bacia do Paraíba, mais especificamente nas sub- -bacias Olinda e Alhandra, e está predominantemente encoberta por sedimentos cenozóicos do grupo Barreiras e depósitos pós- -Barreiras.

A mineralização ocorre nas fácies fosfáticas da Formulação Itamaracá e ocorre em três tipos de minérios: fosforitos, rochas fosfáticas silicáticas e rochas fosfáticas carbonáticas. Na quinta-feira também foi ofertado o depósito de Cobre de Bom Jardim (GO), contudo não foram apresentadas propostas. Segundo a comissão de licitação, a concorrência poderá se repetir junto ao leilão do depósito de Rio Capim/ Caulim, previsto para novembro deste ano. Segundo o representante da empresa vencedora, BF Mineração, Luis Azevedo, as características do depósito de fosfato justificam o investimento.

“Nós acreditamos no projeto, ele é bem localizado e está ao lado do mercado consumidor. Qualquer ativo de fertilizante deve ser avaliado. O fertilizante é mais do que um ativo mineral. É um ativo que vai dar mais sustentabilidade e que vai dar a possibilidade do Brasil crescer no futuro”, argumentou o CEO.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a expectativa de arrecadação anual em impostos é superior a R$ 7 milhões. Além disso, os royalties cobrados sobre a exploração mineral serão de 1% sobre a receita operacional bruta. Ainda segundo dados do Ministério de Minas e Energia, a produção de cobre no Brasil é concentrada, atualmente, em quatro companhias: Salobo Metais S.A (56,9%), Mineração Paragominas S.A (16,7%), Vale S.A (14,6%) e Mineração Caraíba S.A (10,7%).

Tags

Autor