Infraestrutura

Após anos de espera, dragagem do Porto do Recife será licitada este mês

Licitação tem valor estimado em R$ 27,6 milhões e abertura das propostas está prevista para o dia 22 de julho

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Adriana Guarda

Publicado em 30/06/2021 às 16:20 | Atualizado em 30/06/2021 às 16:21
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Prestes a completar dez anos sem a realização de uma nova obra de dragagem, em 2022, o Porto do Recife publicou nesta quarta-feira (30), no Diário Oficial do Estado, o aviso de licitação para contratação de empresa que irá executar a tão aguardada obra de dragagem. A disputa será realizada dentro do que prevê a Lei nº 13.303 (Lei das estatais) e tem valor estimado de R$ 27,6 milhões. O edital já está disponível para as empresas interessadas e os recursos serão repassados pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) até o final desta semana.

A abertura das propostas está prevista para o dia 22 de julho bem como o início da sessão de lances. "Demos início hoje a uma nova realidade operacional para o Porto do Recife. A dragagem é fundamental para a continuidade e eficiência do serviços prestados por nosso Porto centenário, bem como para a atração de novos negócios, um dos pilares de nossa gestão", destaca o presidente do Porto do Recife, José Lindoso.

Após a conclusão do processo licitatório, a mobilização da obra, os levantamentos hidrográficos e a execução da dragagem devem levar três meses. No cronograma também está previsto mais um mês para a homologação do calado pela Marinha do Brasil, após o fim dos serviços. “Viabilizar a obra de dragagem é a grande tarefa da nossa gestão para o Porto do Recife, para que ele possa restabelecer e avançar em atividades importantes para a nossa economia, como a movimentação de açúcar. Além disso, a nova profundidade vai nos permitir atrair novos projetos, viabilizar mais empresas para utilizar nosso equipamento, trazer novos tipos de cargas e ampliar nossa movimentação de embarcações de passageiros. É um passo emblemático para dar ao Porto do Recife o protagonismo que ele merece dentro da nossa estratégia de desenvolvimento econômico do Estado”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio.

A dragagem é o serviço de desassoreamento e desobstrução dos berços de atracação, canais de acesso e bacias de evolução, realizado em portos. O objetivo dessa obra é estabelecer uma profundidade satisfatória para o Porto do Recife, facilitando assim a navegação e chegada de navios de maior tonelagem. O recurso federal destinado para a execução e supervisão da obra ficou na ordem dos R$ 28.500.000,00. Na prática, isso quer dizer que o Porto poderá receber navios maiores e aumentar seu faturamento com a movimentação de cargas. 

No final de 2019, o Governo do Estado e a União, com interveniência da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a participação do Porto do Recife S.A, assinaram um Termo de Compromisso com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para a execução das obras de dragagem do cais acostável. O trecho do berço 00 ao 01, será aprofundado para 10 metros de profundidade; do berço 02 ao 06 para 11 metros de profundidade; e do trecho do berço 07 ao 09 para os 8 metros de profundidade. Os trechos mencionados chegarão as profundidades máximas, na maré alta, de 12,70 m, 13,70 m e 10,7 m respectivamente. Serão 832.208 mil metros cúbicos de sedimentos dragados do cais acostável, canal interno e bacia de evolução.

VISITA 

Nesta terça-feira (29), técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e do USACE (US Army Corps of Engineers) vieram de Brasília para uma visita ao Porto do Recife. O objetivo do encontro com o presidente e técnicos do Porto foi propor uma parceria, com o ancoradouro, para prestar consultoria em projetos relacionados a infraestrutura portuária.

“O DNIT trouxe dois especialistas em engenharia fluvial do Corpo dos Engenheiros Exército Americano (USACE) que estudaram o comportamento das marés e a energia das ondas, na área portuária recifense, e como esses fenômenos afetam as nossas atividades. A partir desta pesquisa, os técnicos concluíram que a obra de dragagem do Porto pode ser mais bem aproveitada se seguir estratégias baseadas nos dados do ensaio”, ressalta José Lindoso.

Participaram da visita o analista de infraestrutura do DNIT, Renato Amorim, a doutora em Estudos Hidrológicos, Carol Neves, e os engenheiros representantes do USACE, Dra. Kelly Legault e Dr. Calvin Creech, que se colocaram a disposição da gestão do ancoradouro para assessorar no que for necessário.

A parceria do DNIT com a USACE vem desde 2015 quando firmaram um contrato de colaboração. São ministrados cursos e workshops que proporcionam certificações para servidores, colaboradores e estudantes. O acordo visa a prestação de serviços técnicos na elaboração de estudos de engenharia fluvial e de navegação, mediante a transferência de conhecimento por meio de capacitação e treinamento, com resultados de curto e longo prazos para o setor aquaviário brasileiro.

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