Quase metade da bancada federal de Pernambuco já assinou carta pedindo explicações sobre a Transnordestina ao ministro da infraestrutura
Onze parlamentares já assinaram a carta pedindo para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, explicar por que não vai ser construído o ramal da Transnordestina que vai para Suape
Onze dos 25 deputados federais por Pernambuco já assinaram uma carta da bancada pedindo ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, explique por que o governo federal aceitou a decisão da empresa Transnordestina Logística S.A. (TLSA) de fazer somente o ramal cearense da Ferrovia Transnordeste, que deveria ligar a cidade de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, aos portos de Pecém, no Ceará, e ao de Suape, no Grande Recife. A intenção da bancada é também fazer uma carta ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) pedindo para que seja feito também o trecho pernambucano do empreendimento.
O documento diz que "essa luta é de todos os pernambucanos que poderiam ter preços de gás de cozinha, combustíveis e de mais mercadorias barateadas com o uso do transporte ferroviário para o interior do Estado, sem contar com o fôlego que setores estratégicos, como o polo gesseiro e o de fruticultura irrigada, ganhariam com mais essa opção para o escoamento da produção".
- Bancada fará apelo pela Transnordestina
- Fernando Bezerra Coelho diz que Governo de Pernambuco não fez o necessário para viabilizar a Transnordestina em Suape
- Deputados estaduais se unem na luta pelo Ramal Suape da Transnordestina
- MPP em defesa da Transnordestina
- Novo ministro de Bolsonaro, Ciro Nogueira liga para Paulo Câmara e acerta reunião sobre Transnordestina. Governador não quer Pernambuco sem a ferrovia
Há mais de duas semanas, o ministro Tarcísio revelou, numa live do Valor Econômico, que seria construído apenas o ramal cearense da ferrovia. Desde então, os políticos que representam Pernambuco têm feito uma articulação para pressionar o governo federal a não aceitar a decisão da empresa que está à frente das obras.
A empresa TLSA é privada, ligada ao grupo empresarial da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), mas é uma concessão do governo federal. Com 1753 km de extensão, a Transnordestina está em obras desde 2006 e praticamente paralisada desde 2016. Como os próprios deputados dizem na carta, o governo federal não pode "aceitar o interesse particular" em detrimento do desenvolvimento regional. Os parlamentares alegam que a TLSA tem interesse em levar o empreendimento para o porto cearense, porque o grupo dono da empresa tem um terminal privativo no Porto de Pecém.
Até o começo da tarde de ontem, tinham assinaram a carta 11 parlamentares eleitos por Pernambuco: André de Paula, Augusto Coutinho, Daniel Coelho, Eduardo da Fonte, Felipe Carreras, Fernando Monteiro, Fernando Rodolfo, Milton Coelho, Raul Henry, Tadeu Alencar e Wolney Queiroz."Ainda estamos colhendo as assinaturas, mas alguns parlamentares disseram que vão assinar e ainda não estão neste grupo", disse um dos coordenadores da bancada e da iniciativa o deputado federal Augusto Coutinho (SD).
Ele disse também que o grupo está tentando marcar uma audiência com Tarcísio para o dia 25 deste mês e também já deu entrada num pedido formal para se encontrar com Jair Bolsonaro e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Ainda na carta, a principal argumentação dos deputados é de que não pode ser mais viável economicamente o ramal de Pecém, pois o de Suape será R$ 1,4 bihão mais barato para terminar e também tem 92 km a menos do que o ramal cearense. A Transnordestina já recebeu R$ 6,4 bilhões em investimentos, sendo que 80% dos recursos foram públicos. A empresa TLSA é uma concessão para construir e explorar o empreendimento.
DÚVIDA
A expectativa é que o documento da bancada de Pernambuco também tenha a assinatura de, pelo menos, dois senadores pelo Estado: Jarbas Vasconcelos (MDB) e Humberto Costa (PT), que participaram da reunião em que a bancada decidiu fazer as cartas pedindo a interferência do ministro e de Bolsonaro na decisão da TLSA. Nesta reunião, estiveram ausentes o deputado federal André Ferreira e o senador Fernando Bezerra Coelho. Na época, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB) disse que o Estado de Pernambuco não fez o necessário para o ramal pernambucano da Transnordestina sair do papel. Fernando Bezerra Coelho foi secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente de Suape na gestão do governador Eduardo Campos (PSB).
A grande dúvida é se o senador Fernando Bezerra Coelho vai assinar o documento, já que ele está liderando um grupo de oposição que deseja colocar o seu filho, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), como candidato da oposição a governador de Pernambuco em 2022.