SUSTENTABILIDADE

Voos da Gol de ida e volta do Recife para Noronha terão emissão neutra de carbono a partir de setembro, entenda por que isso é importante

A iniciativa é uma parceria com a empresa Moss, que vai doar aos passageiros a compensação dos créditos de carbono. Podem ser compensadas até 25% das emissões de Noronha.

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Angela Fernanda Belfort

Publicado em 10/08/2021 às 17:24 | Atualizado em 10/08/2021 às 17:34
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No dia do aniversário do arquipélago de Fernando de Noronha (PE), que completa 518 anos nesta terça (10), a GOL Linhas Aéreas, anunciou que todos os voos da empresa de ida e volta para a ilha a partir do Recife terão emissão neutra de carbono a partir de 1º de setembro deste ano. Os aviões emitem os gases do efeito estufa, como o carbono, por usar o querosene de aviação que é um combustível fóssil. Muitas empresas estão compensando esse carbono emitido com o plantio de árvores, que produzem oxigênio para a atmosfera. 

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Esta compensação é importante, porque muitos cientistas relacionam a emissão de gases do efeito estufa - como o carbono - com o aquecimento do planeta, que está contribuindo para que ocorram várias intempèries, como enchentes, estiagens etc. 

A compensação da emissões de carbono destes voos surgiu numa parceria entre a Gol e a empresa Moss, uma das maiores plataformas ambientais de créditos de carbono do mundo, que doará aos clientes da companhia aérea a compensação da pegada carbônica de suas viagens a Fernando Noronha. A pegada de carbono indica o quanto foi gerado de emissão deste gás numa determinada atividade. Serão neutralizando as emissões totais de carbono tanto no trecho de ida, a partir de Recife, quanto no da volta para a capital pernambucana.

Segundo informações da Gol, os voos sustentáveis vão compensar cerca de 25% das emissões de carbono da ilha e os clientes dos demais voos podem compensar as suas emissões no projeto #MeuVooCompensa. Nesta última, o consumidor banca a compensação do crédito de carbono, caso queira arcar com esse custo extra. 

Das emissões totais em Fernando de Noronha, mais da metade provêm do transporte aéreo que serve à ilha, o principal meio de transporte. "O maior favorecido pela iniciativa do carbono neutro na GOL é a própria ilha. Enquanto a Companhia não opera em Noronha fazendo uso do combustível sustentável de aviação - a solução definitiva para as emissões de carbono, em busca da qual a empresa vem trabalhando com afinco -, a compensação automática da pegada carbônica dos trechos voados pelos Clientes é uma grande aliada para minimizar os impactos no meio ambiente", afirma Pedro Scorza, comandante e assessor de projetos ambientais da GOL.

A Gol hoje opera 1 voo diário de ida e volta para o arquipélago, com a expectativa de retomar a oferta pré-pandemia assim que possível. Cada ida e volta ao arquipélago deixa uma pegada ambiental média de 14,18 toneladas de CO2e; em comparação, a cada 25 idas e voltas a Gol vai garantir um hectare da Floresta Amazônica preservado. Só no primeiro semestre de 2021, a GOL transportou 35 mil passageiros para Noronha - uma média de 5.830 por mês -, além de 89 mil kg de cargas diversas e essenciais, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

As companhias aéreas que voam pra Noronha, incluindo a Gol, chegaram a pensar em ter uma plataforma de bioquerosene de aviação no Recife que abasteceria os aviões com destino a Noronha. O projeto não prosperou porque não se chegou a um bioquerosene de aviação que apresentasse um preço competitivo para os custos das empresas.  

Desde 2010, a Gol busca implementar melhorias operacionais, adotar novas tecnologias e aperfeiçoar procedimentos que possam contribuir para a redução de seus impactos - a renovação constante de sua frota por aeronaves ainda mais modernas e econômicas integra o compromisso da GOL com a emissão líquida zero de carbono até o ano de 2050. Em 2012, a empresa deu início às ações que fomentam a implantação da cadeia de valor do bioquerosene no Brasil. Em paralelo, apoia projetos de produção de biocombustíveis em diferentes regiões do País, além de já ter operado mais de 360 voos com bioquerosene.

NORONHA

O governo do Estado planeja Noronha ser carbono zero até 2030. Até hoje, grande parte da energia da ilha vem de térmicas que usam diesel e, portanto, emitem gases do efeito estufa. De acordo com o decreto estadual nº 306/2019 (Projeto de Lei Ordinária), será proibida a entrada, daqui a exatamente um ano, em 10 de agosto de 2022, de carros que fazem a emissão de dióxido de carbono. E, a partir de 2030, todos os veículos movidos a gasolina, álcool e óleo diesel deverão ser retirados da ilha.

"Fernando de Noronha é um dos destinos indutores do Turismo de Pernambuco e todas as ações de sustentabilidade ambiental, tanto do Governo do Estado quanto da iniciativa privada, colaboram muito para que a ilha atraia cada vez mais visitantes", afirmou o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes. A Celpe também já instalou duas usinas que produzem energia na ilha usando a radiação solar pra diminuir a dependência das térmicas. 

 

 

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