CUSTO DE VIDA

O IPCA-15 ficou em 0,89% em agosto, sendo a maior variação para este mês desde de 2002

Os combustíveis, a energia elétrica e os alimentos estão contribuindo para a alta da inflação do IPCA-15 que já chegou ao bolso do consumidor.

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Angela Fernanda Belfort

Publicado em 25/08/2021 às 14:21 | Atualizado em 25/08/2021 às 14:34
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A alta dos preços que o consumidor está sentindo no bolso se refletiu na prévia da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto foi de 0,89% no Brasil, ficando 0,17 ponto percentual acima da taxa de julho (0,72%). Essa foi a maior variação para um mês de agosto desde 2002, quando o índice foi de 1,00%. No ano, o índice acumulou alta de 5,81% e, em 12 meses, de 9,30%. Em agosto de 2020, a variação havia sido de 0,23% no País.Na Região Metropolitana do Recife o IPCA-15 foi de 0,76%, ficando 0,10 ponto percentual abaixo da taxa de julho (0,86%). No ano, o índice acumulou alta de 6,72% e, em 12 meses, de 9,88%, sendo a quinta capital com a inflação maior neste período. Em agosto de 2020, a variação havia sido de 0,28%.

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"A alta do custo de vida no Recife está sendo puxada pelos preços de energia elétrica e o botijão do gás de cozinha. E isso vem ocorrendo durante o ano inteiro. E também há o impacto da alta dos alimentos", conta a gerente de Planejamento e Gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita. O grupo alimentação e bebidas teve um aumento de 1,59% no período pesquisado e este grupo representa 22,90% de toda o índice.

Na região metropolitana do Recife a maior variação foi no grupo de habitação com alta de 1,6%, influenciada principalmente pelos preços do gás de botijão (4,19%) e da energia elétrica residencial (3,04%). O segundo destaque foi o grupo de alimentação e bebidas, com alta de 1,59%, destacando-se os aumentos da cenoura (21,32%), do cheiro verde (17,57) e do tomate (15,79). O grupo alimentação e bebidas representou 22,90% na composição de todo o índice.

Ainda na capital pernambucana, dos grupos pesquisados, a única retração de preços foi na saúde e cuidados pessoais, com destaque para os artigos de maquiagem com uma redução de 4,58%. "Também no Recife houve um aumento do transporte por aplicativo de 12,17% no período do IPCA-15. Isso foi provocado pelo aumento no preço dos combustíveis", resume.


BRASIL

No Brasil, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta de preços em agosto. A maior variação (1,97%) veio de Habitação. A segunda maior contribuição veio dos Transportes (1,11%). Na sequência, veio Artigos de residência (1,05%), alimentação e bebidas(1,02%), vestuário (0,94%), despesas pessoais (0,68%), educação (0,30%). No item habitação a maior alta foi do gás de botijão (4,19%), energia elétrica residencial (3,04%), sabão em barra (2,81%), detergente (2,40%) e sabão em pó (1,90%). No grupo alimentação a maior variação percentual veio de hortaliças e verduras (3,98%), tubérculos, raizes e legumes (3,41%), açúcares e derivados (2,53%), leites e derivados (2,46%), óleos e gorduras (2,45%) e farinhas, féculas e massas (2,31%).

Tanto no índice nacional, como no local, Fernanda destaca dois componentes que impactaram o grupo de alimentos e bebidas. "Alguns alimentos subiram com por causa da alta do dólar, como ocorreu com o arroz, feijão, soja. O aumento da demanda no exterior levou os produtores a exportarem mais, diminuindo a oferta interna desses produtos, o que fez o preço subir", explica Fernanda. Outro fator que resultou em alta foram as questões climáticas. "Aconteceram chuvas em excesso, estiagem, geadas no Sul do País e tudo isso provocou uma safra menor", argumenta.
Fernanda lembra que o consumidor deve seguir algumas dicas para reagir a alta dos preços. "Pesquisar, trocar os produtos mais caros pelos mais baratos e também abrir mão de algumas marcas preferidas que, às vezes, estão com preços mais altos", aconselha.

CÁLCULO

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 14 de julho e 13 de agosto de 2021 (referência) e comparados aos vigentes de 15 de junho a 13 de julho de 2021 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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