Intenção de consumo das famílias tem melhor resultado desde março
Indicador da Confederação Nacional do Comércio atinge quarta alta seguida e mostra melhora na perspectiva de compras nos próximos meses, mas inflação crescente preocupa
De acordo com a apuração da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o mês de setembro apresentou o melhor índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) desde março deste ano, alcançando 72,5 pontos. Com o ajuste sazonal, a série apresentou crescimento mensal de 1,9%, a quarta taxa positiva consecutiva. O número também representa um aumento de 7,2% em relação ao mesmo período de 2020, quando apresentou 67,6 pontos. O índice, porém, permanece abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que acontece desde abril de 2015 (102,9 pontos).
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que, em setembro, a intenção de consumo das famílias continuou a trajetória de crescimento favorecida pela grande parcela da população já vacinada. No entanto, observa que, apesar dos resultados positivos, a recuperação econômica ainda não está garantida. "O cenário apresenta pontos vulneráveis, o que gera maior cautela das famílias. O aumento da inflação nos últimos meses reduziu o poder de compra dos consumidores, principalmente em itens duráveis, que obtiveram inflação acima do índice geral no último resultado".
EXPECTATIVA
Exceto pela avaliação da compra de duráveis, todos os outros subíndices seguiram apresentando resultados positivos. Mais uma vez, o destaque foi o que mede a Perspectiva de Consumo, que registrou o crescimento mensal de 3,7%, o quarto consecutivo e a maior taxa do mês. O Nível de Consumo atual também apresentou o quarta variação mensal positiva e uma alta anual de 13,5%. Com isso, o indicador alcançou o nível de 57,6 pontos, o maior patamar desde maio de 2020 (62,1).
"A expectativa das famílias é que esse ambiente econômico mais positivo, percebido no curto prazo, se prolongue para o longo prazo. Tanto que Perspectiva de Consumo foi novamente o item com maior crescimento no mês e alcançou o maior nível desde maio de 2020", observa a economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva.
EMPREGO
As avaliações em relação à Renda Atual demonstraram um crescimento de 0,7%, continuando a tendência apresentada nos três meses anteriores, enquanto na comparação anual houve aumento de 3,1%. Já o Emprego Atual, contou com um crescimento mensal de 1,9%, também o quarto consecutivo e o mais intenso do período. Acompanhando essa recuperação, o patamar atingido por este item (89,5 pontos) o manteve como o maior indicador da pesquisa em setembro, sendo também o maior nível desde março de 2021 (90 pontos).