Associação de motoristas acusa a Uber de excluir 15 mil motoristas por cancelamento excessivo de corridas
A plataforma de transporte por aplicativo contesta
A Uber foi acusada pela Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp) de banir, em todo Brasil, mais de 15 mil motoristas parceiros por cancelamento excessivo de corridas. A informação foi noticiada pelo G1. A plataforma de transporte por aplicativo, no entanto, contesta o dado e diz que a quantidade foi 1,6 mil.
De acordo com a associação, entre os efeitos da pandemia da covid-19 e, agora, a alta e combustíveis, cerca de 25% da frota de motoristas do estado de São Paulo desistiu de trabalhar no ramo. A entidade informou não haver um levantamento nacional.
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Os problemas são somados ao cenário de alta nos combustíveis, problemas com segurança e o baixo retorno financeiro nas categorias promocionais.
"Foi uma exclusão sumária, o que deixou os motoristas em situação complicada. Nos termos de uso da plataforma, não há proibição à prática do cancelamento", disse Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp, ao G1.
O que diz a Uber?
A Uber, em nota, afirmou que o número dos motoristas que tiveram suas contas desativadas foi bem menor. Os colaboradores entre entregadores e motoristas somam quase um milhão, a empresa disse que apenas 0,16% desse total, apresentam comportamento que prejudicam o funcionamento da plataforma.
"Cancelamentos excessivos ou para fins de fraude, porém, representam abuso do recurso e configuram mau uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas", disse a empresa em nota. Para a Uber cancelar uma corrida é diferente de recusá-la.
A companhia de motoristas e entregadores ainda disse, em comunicado oficial, que o motorista é livre para decidir quais solicitações de viagem deve aceitar e quais devem ser recusadas.
Leia a íntegra da nota
A Uber esclarece que não "excluiu mais de 15 mil motoristas", como afirma a associação ouvida pela reportagem. São cerca de um milhão de motoristas e entregadores parceiros cadastrados na plataforma da Uber no Brasil, e apenas uma minoria, cerca de 0,16% do total, apresenta comportamentos que prejudicam intencionalmente o funcionamento da plataforma e atrapalham outros motoristas e usuários que apenas desejam gerar renda ou se deslocar.
Motoristas parceiros são profissionais independentes e, assim como os usuários, podem cancelar viagens quando julgarem necessário. Cancelamentos excessivos ou para fins de fraude, porém, representam abuso do recurso e configuram mau uso da plataforma, pois atrapalham o seu funcionamento e prejudicam intencionalmente a experiência dos demais usuários e motoristas.
A Uber tem equipes e tecnologias próprias que revisam constantemente as viagens e os cancelamentos para identificar suspeitas de violação ao Código da Comunidade e, caso sejam comprovadas, banir as contas envolvidas.
Comportamentos como a prática de cancelar diversas viagens em sequência e logo após terem sido aceitas prejudicam negativamente todos que usam a plataforma porque, de um lado, impedem que outros motoristas parceiros gerem renda atendendo as mesmas solicitações de viagens canceladas, e, por outro, deixam os usuários esperando mais tempo ou até desistindo da solicitação.
O abuso no cancelamento de viagens não tem nada a ver com a liberdade do motorista parceiro de recusar solicitações. Na Uber, o motorista é totalmente livre para decidir quais solicitações de viagem aceitar e quais recusar.
A conexão entre parceiro e usuário - quando nome, modelo e placa do carro são compartilhados e o usuário recebe a confirmação de que o motorista está a caminho - só ocorre depois do motorista ter conferido as informações da solicitação (tempo, distância, destino etc.) e decidido aceitar a realização da viagem.