NEGÓCIO INOVADOR

Chegou o seguro que pode bancar consultas, exames e até internação hospitalar

O novo serviço promete ser mais barato do que os planos de saúde, segundo os executivos da Exmed, fintech que vai começar a operar em São Paulo em novembro

Angela Fernanda Belfort
Cadastrado por
Angela Fernanda Belfort
Publicado em 05/10/2021 às 12:12
DIVULGAÇÃO
Sérgio Bivar, criou Examed, uma startup cuja proposta é ser uma alternativa de seguros hospitalar frente aos planos. - FOTO: DIVULGAÇÃO
Leitura:

Não é plano de saúde, mas vai bancar, para o usuário,  o serviço mais barato - entre exames e consultas - que encontrar entre os seus credenciados. E o cliente vai fazer, mensalmente, aportes numa conta bancária digital na qual os recursos serão usados para pagar consultas médicas e exames. Também é oferecido um seguro que vai bancar a internação hospitalar, caso seja necessário. O novo serviço vai sair mais barato do que os planos de saúde, segundo os fundadores da startup Exmed, os executivos Sérgio Bivar e Antonino Coelho. O novo serviço tem como público alvo as pessoas que não podem pagar um plano de saúde, mas desejam ter uma alternativa ao atendimento público de saúde. 

Em 2014, cerca de 50,3 milhões de pessoas tinham plano de saúde no Brasil. No ano passado, este contingente era de 47,6 milhões, respresentando 22,4% dos brasileiros. "Plano de saúde é um modelo que está esgotado. Desenvolvemos uma solução que usa a conta de pagamento permitida pelo Banco Central para as fintechs para fazer um produto para a saúde", explica Sérgio Bivar. Fintech é uma empresa que usa tecnologia e inovação pra oferecer uma solução de serviço financeiro. Ambos os executivos têm experiência na área de saúde, pois atuaram na antiga Excelsior Saúde, cujos acionistas eram a família de Sérgio, filho do deputado federal, Luciano Bivar (PSL). A Excelsior Saúde foi vendida para a Amil em 2012.

A Exmed já tem uma rede credenciada que vai da parte hospitalar a ambulatorial, incluindo profissionais como psicóloga em Recife e em São Paulo, embora o serviço vá ser oferecido em todo o território nacional. Na prática, o usuário da Exmed vai fazer aportes, que podem ser mensais, numa conta digital que pode ser usada - pela empresa - para pagar as consultas médicas  do cliente, serviços de diagnóstico, entre outros. Também é oferecido um seguro com cobertura para internação hospitalar.  Os aportes feitos na conta digital formam uma reserva financeira que será investida em títulos com rendimentos próximos aos Certificados de Depósitos Interbancários (CDIs). Caso o cliente queira sacar tudo que foi colocado na conta, também poderá fazer isso, sem qualquer custo adicional.

"No mês que o cliente não puder fazer o aporte, não faz e o serviço continuará disponível", comenta Antonino Coelho, acrescentando que no plano de saúde o usuário deixa de ter o serviço se passar dois meses sem pagar. Ele também afirma que o serviço é mais barato do que um plano de saúde e cita como exemplo um usuário que faz um check up por ano. "O Check up completo não deve custar mais de R$ 2 mil e alguns clientes pagam mais de R$ 1 mil por mês no plano de saúde", complementa Antonino. Segundo ele, o preço dos serviços pagos pela Exmed chegam a ser até 30% mais barato do que o cobrado, quando o serviço é particular. 

Geralmente, a parte ambulatorial e de consultas é bancada pelos aportes mensais do usuário, já o imponderável, como cirurgias com internamento hospitalar, tem a sua cobertura bancada pelo seguro, segundo Sérgio Bivar. No entanto, o seguro tem um limite máximo de indenização de R$ 200 mil. Atualmente, uma diária de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) fica em torno de R$ 7 mil caso seja usada a rede credenciada da Exmed, que, no Recife, já tem credenciado o Hospital Português, referência na cidade.

O custo mínimo mensal para uma pessoa com 30 anos, incluindo o seguro, é de R$ 84,96, mas o ideal é o usuário fazer um aporte mínimo de R$ 200,00 para criar uma reserva financeira para que o seguro dê cobertura aos serviços mais complexos, de acordo com informações da empresa. O seguro pode cobrir: diárias de internação hospitalar, invalidez pemanente total ou parcial por acidente, morte acidental e auxílio funeral. 

O serviço vai começar a ser usado no começo de novembro em São Paulo e no Recife está em fase de pré-lançamento, onde já tem cerca de 200 clientes. Caso ocorra algum impasse, a entidade que o consumidor poderá recorrer é a Superintendência de Seguros Privados (Susep), que regulamenta todos os seguros vendidos no Brasil.

"Enquanto o plano de saúde é um gasto, porque nem sempre é utilizado, a Exmed é um investimento: todo o dinheiro investido poderá ser resgatado a qualquer momento, sem penalidades, caso o cliente não deseje mais estar associado. Assim, o cliente é o gestor da própria saúde", diz Sérgio Bivar. "Além disso, somos transparentes: mostramos ao cliente o custo de cada procedimento, exame, diária. Cabe a ele, com todas as informações em mãos, decidir o que quer fazer", argumenta Sérgio. Recém-criada, a empresa já emprega 30 pessoas e funciona no Bairro do Recife. 

ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL
A suspensão atinge 12 planos de quatro operadoras e ocorreu devido a reclamações efetuadas no terceiro trimestre deste ano - FOTO:ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL
MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
REDE PÚBLICA Mesmo com novos leitos, ocupação de UTIs segue em 85% - FOTO:MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Comentários

Últimas notícias