Pobreza

Fome é tema de série de reportagens do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, inaugurando os debates de 2022

Produção sobre a fome começou nesta sexta (17) e segue até quarta (22), em várias plataformas do sistema de comunicação do JC. História das pessoas será o foco das reportagens

Adriana Guarda
Cadastrado por
Adriana Guarda
Publicado em 16/12/2021 às 17:14 | Atualizado em 20/12/2021 às 16:54
Guga Matos/JC Imagem
TRISTE REALIDADE Atualmente, estima-se que 19,1 milhões de pessoas não têm o que comer, número bem maior que os 10,3 milhões de 2018 - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
Leitura:

O Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) começou a veicular, nesta sexta-feira (17), uma série de produções sobre a fome. Em 2021, o Brasil voltou ao mapa da fome depois de ter saído desse cenário em 2014. Hoje 19,1 milhões de pessoas não têm o que comer, número bem maior que os 10,3 milhões de 2018. A pandemia da covid-19 acelerou o retorno do País ao mapa, mas o processo já vinha acontecendo antes, com o desmonte de várias políticas públicas. Nesta sexta, a Rádio Jornal abriu a discussão com um debate no programa Super Manhã

Com o tema "O Brasil com fome", o debate trouxe para a discussão os sociólogos José Arlindo Soares e Renato Carvalheira. Pandemia, desemprego, crise econômica: os motivos do aumento da miséria. Como governo, sociedade e associações civis podem resolver o problema foram algumas das questões abordadas durante o debate. 

Soares e Carvalheira são especialistas na obra do pernambucano Josué de Castro, o primeiro cientista a estudar o fenômeno da fome. Este ano, os livros Geografia da Fome e Geopolítica da Fome completam, respectivamente, 75 e 70 anos de sua publicação. A obra de Josué permanece atual mais de sete décadas após sua publicação. O estudioso costumava dizer que a fome não é um processo natural, mas um fenômeno produzido pelos homens. 

"O debate que abre essa discussão sobre a fome, que afeta o País e muito fortemente o Nordeste e, consequentemente, Pernambuco, é um ponto de partida para que a sociedade, e sobretudo os governos, entendam que esta é uma chaga que já deveria ter sido abolida do nosso País. Nós, como sistema de comunicação que somos, temos o dever de denunciar e colocar luz sobre este problema tão grave, tão sério, tão urgente, e que afeta cada vez mais brasileiros", afirma a diretora de jornalismo da Rádio e TV Jornal, Mônica Carvalho.

Depois do debate da Rádio Jornal, o Jornal do Commercio, o JC Online e a TV Jornal começam uma série de reportagens sobre a fome. A proposta é materializar o tema por meio de histórias de pessoas que vivem o drama da fome em Pernambuco. São mulheres e homens que viram sua situação piorar graças ao fim de políticas públicas, do aumento do desemprego, do baixo crescimento econômico, da inflação e de outros fatores econômicos que corroeram o poder de consumo das famílias. 

"O tema da fome sob vários pontos de vista já foi abordado em várias plataformas do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. O que a gente está começando agora é um debate que se tornou urgente, necessário, diante das condições gerais da situação econômica e social do Brasil. Com esse debate hoje a gente abre uma discussão importante de olho em 2022. A fome é um tema que ganhará muito espaço no debate eleitoral de 2022, junto com outros temas, que nós vamos abordar daqui até o período de eleição", destaca o diretor de Redação do JC, Laurindo Ferreira.

Ele aponta, ainda, a importância de fomentar o debate para ajudar a população a refletir e se decidir nas próximas eleições. "Estamos considerando a fome o abre-alas para chamar a atenção dos candidatos aos cargos eletivos. O tema é uma conbribuição para um debate muito necessário. A partir da fome a gente abre um leque de debates sobre temas que são importantes para a eleição de 2020. Temas que interessam não só aos políticos, mas tambem à sociedade. No próximo ano a sociedade terá que tomar uma decisão importante e aqui a nossa intenção é ajudar nesse debate para que as pessoas reflitam", complementa. 

No JC, a produção começa no domingo (19) e segue até a quarta-feira (22). A primeira matéria vai contar um pouco da história de Josué de Castro, o homem-fome que tornou-se referência internacional nos estudos desse fenômeno. Cidadão do mundo, Josué não teve no Brasil a mesma deferência internacional, sendo indicado até ao Nobel da Paz. Sua obra, no entanto, permanece viva e merece ser revisitada num momento em que o Brasil revive a mazela da fome.

Na TV Jornal, a série tem reportagem de Beatriz Albuquerque, com imagens de Guga Matos, Day Santos e Alex Oliveira. A produção é de Laís Reynaux, a edição de texto de Denis Cavalcanti, a edição de vídeo de Cristiane Gomes e a direção de jornalismo de Mônica Carvalho. A série poderá ser vista de segunda a quarta-feira (20 a 22), no programa TV Jornal Meio-Dia. Nesses dias, o JC e a TV estarão trabalhando os mesmos temas nas suas produções. No JC, a reportagem é de Adriana Guarda e as imagens de Guga Matos, Day Santos e Alex Oliveira. A edição de texto é de Raphael Guerra e a direção de jornalismo de Laurindo Ferreira. 

A primeira reportagem vai explicar porque o Brasil voltou ao mapa da fome, apontar o impacto da pandemia e mostrar histórias de pessoas que estão vivendo o drama de não ter o que comer. No segundo dia vamos mostrar a grande parcela da população que vive em situação de insegurança alimentar. Não estão necessariamente passando fome, mas precisaram mudar os hábitos alimentares para conseguir alimentar a família. A terceira produção é sobre a importância das políticas públicas para tirar o Brasil do mapa da fome novamente, além de mostrar a importância das ONGs e da sociedade civil no combate imediato à fome. Na Rádio, as matérias serão veiculadas no programa Rádio Livre, das 14h às 16h.

As reportagens também vão apontar as instituições que promovem iniciativas para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade. Seguem algumas aqui:  

Natal Sem Fome (@natalsemfomeoficial)

Central Única das Favelas (@cufape)

Armazém do Campo do Recife (@armazemdocamporecife)

Central Única das Favelas (@cufape)

MTST (@mtstpernambuco)

União Mães de Anjos (UMA) (@uniaodemaesdeanjos)

Comentários

Últimas notícias