Promoção em alguns estandes no último dia da Fenearte
As promoções estão principalmente na área de artigos para a casa como tapetes de banheiro, mantas e capas de almofada. A Fenearte também mostra a criatividade da artista Patrícia Moura e do Mestre Miro dos Bonecos, que reutilizaram o que poderia ser descartado nos objetos que estão expondo nos seus estandes
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Hoje é dia de promoção no encerramento da 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), que está acontecendo no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Os preços já estavam mais baixos em vários estandes que vendiam principalmente artigos para a casa, como por exemplo capas de almofada, jogos de tapetes para o banheiro e mantas, entre outras coisas.
Capas de almofadas bordadas a mão estavam sendo comercializadas por R$ 15, quando custavam R$ 20 nos primeiros dias da feira. Na promoção, jogos de tapete para banheiro estavam por R$ 15, metade do preço dos primeiros dias do evento. As mantas de casal estavam por R$ 29,90.
Para encontrar as melhores ofertas, o consumidor tem que andar pelas 21 ruas, que abrigam os cinco mil expositores do evento, que expõe de joias em prata até esculturas em tamanho natural, passando por quadros, utilitários, pequenos móveis, roupas, cachaças, cafés especiais, entre outros.
RECICLA
A feira também é uma grande mostra do que a criatitivade é capaz. Uma parte do artesanato exposto lá vem de resíduos ou de produtos que podem ser reciclados, como é o caso do estande da artista plástica Patrícia Moura, que transforma resíduos como pedaços de couro - não usados pela indústria - em colares, couro de tilápia até em anéis, sem contar o uso decorativo para adornar espelhos que passam a ter um charme especial; e serragem de madeira em colares, entre outros. Até o chifre bovino é transformado numa parte de um colar.
"O chifre bovino é um resíduo que não é consumido e passa 10 anos para se decompor no meio ambiente. Nesta decomposição, os líquidos entram no lençol freático. A gente tem que usar o que a natureza oferece e não extrair de uma forma equivocada. Compro os pedaços de couro que sobram de bolsas. Sou apaixonada pela matéria-prima natural", afirma Patrícia. Até o tingimento usada pela artista usa produtos naturais.
Até um espelho simples se transforma nas mãos de Patrícia, que pegou um espelho velho e colocou nas bordas couro de tilápia tingido. "A gente pode usar e transformar tanta coisa que é descartada", comenta. Ela considera a atual Fenearte atípica, mas diz que é "fantástico" o evento estar ocorrendo. "Estamos vendendo bem. A Fenearte ajuda muito e é o evento do artesanato. Depois que comecei a expor aqui não saio mais para feiras em outros Estados", comenta Patrícia, acrescentando que já tem mais encomendas do que a sua capacidade de produção. "Tem lojistas que começaram a me encomendar na Fenearte há oito anos e até hoje compram meus produtos", revela.
O aproveitamento do que poderia ir para o lixo também foi usado por Miro dos Bonecos, de Carpina, que fez um presépio animado que se mexia assim que o visitante colocava uma moedinha. O presépio tinha as figuras tradicionais como o menino Jesus, São José, Nossa Senhora, os três reis magos, o jumento, um coelhinho e um boi. "Usei várias coisas que iriam para o lixo, como uma roda de bicicleta, o eixo de um ferro e um motor de um ventilador", conta Miro. O presépio com os personagens esculpidos que se mexem custa R$ 4 mil. "Já foi vendido para um colecionador de São Paulo", conta.
Ele também tem encomendas para fornecer cinco bonecas dançarinas. Uma das cenas mais comuns da Fenearte é encontrar Miro dançando com uma boneca na Ala dos Mestres da feira. "A Fenearte é o céu de todos os artesãos. Tenho o maior carinho por todos que trabalham aqui. No evento, a gente também estuda porque vê outras coisas", fala Miro, acrescentando que "queria ficar aqui o resto da vida".
No estande de Miro, todas as peças grandes tinham sido vendidas até a quinta-feira (16). Só restavam as peças pequenas esculpidas em madeira, que podem ser usadas para brincar o mamulengo, que custam a partir de R$ 10. Ele é discípulo de um outro grande mestre do mamulengo, Solon, também de Carpina.
A primeira vez que Miro veio a Fenearte foi num estande da Prefeitura de Carpina e nesta mesma edição ganhou um prêmio com a Santa Ceia em Movimento. Depois disso, foi convidado para a Ala dos Mestre, e, nos cálculos dele, está é 20ª vez que participa do evento.
FEIRA
Os ingressos custam a partir de R$ 5. Nesta edição, ocorreu um investimento de R$ 7 milhões. A expectativa é de que o evento gere 2,5 mil postos de trabalho temporários e de que ocorram vendas de aproximadamente R$ 40 milhões. Os organizadores esperam atrair 200 mil visitantes. Nos finais de semana, o evento começa às 10h e vai até as 22 horas.
Repórter com experiência em economia e política e tem interesse por cultura e tecnologia. Vencedora de 23 prêmios, incluindo um Esso (2001) e o de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (2013). Autora de dois livros.
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