ARTESANATO

Fenearte: "de tudo que há no mundo, nela tem pra vender"

A diversidade cultural e visual é marca da Fenearte, onde o consumidor pode comprar de arte à bijuteria, passando por artigos como quadros, santos, cerâmica, bordados, capas de almofada e até cafés especiais com notas de limão siciliano

Angela Fernanda Belfort
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Angela Fernanda Belfort
Publicado em 17/12/2021 às 19:07
ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
DESCOBERTA Professor, Marcelo Tavares se descobriu como artista plástico durante a pandemia, agora ele participa de sua primeira Fenearte - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Não é a feira de Caruaru, mas parodiando a célebre canção de Onildo Almeida, "de tudo que há no mundo, nela tem pra vender", se referindo a Feira de Caruaru. Esta feira está acontecendo no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, até este domingo (19). É na Fenearte, onde o consumidor pode encontrar redes, vasos, bordados, bijuterias, objetos em prata, café com notas de limão siciliano, obras de arte, uma estrutura de casa de farinha compondo um presépio popular esculpido pelo mamulengueiro Miro dos Bonecos, de Carpina, santos, roupas etc. E ainda tem os que depois da pandemia mudaram completamente a sua vida e hoje estão enveredando por novos caminhos nos estandes da feira.

>> Mestre Nido e as suas esculturas que dão mais graça à Fenearte 

Durante a Fenearte, chamou a atenção a Nossa Senhora dos Anjos, do artista Marcelo Tavares. Muitos visitantes tiraram fotos com a santa que está num local de destaque no estande do artista. Ele passou 15 anos ensinando artes em vários colégios do Recife. Ele começou a esculpir durante a pandemia e a pintar mais também depois de ficar isolado como consequência das restrições para evitar a contaminação pelo coronavírus.

 

"Em 2019, fui na Fenearte como visitante e começou a despertar algo em mim. Comecei a pintar telas, fui postando, vendendo. Não tinha visão de empreender. Logo no começo da pandemia, passei quatro meses isolado em casa. E comecei a pintar os quadros. Depois de dois meses, estava sem paciência. Passei 15 dias sem fazer nada. De repente, me deu uma vontade de pintar e comecei também a comprar pequenos objetos, vasinhos, para pintar", lembra Marcelo Tavares. 

E o que surgiu para passar o tempo acabou se tornando um dos seus ofícios. Ele agora esculpe as peças que desenha. "Antes, desenhava a peça e mostrava para o artesão, que esculpia e entregava a peça pronta. Agora, eu mesmo faço a peça e pinto. Senti dificuldade de depender de outra pessoa para concluir um trabalho. Às vezes, não ficava do jeito que eu queria", conta Marcelo. Ele está modelando as peças de barro somente há seis meses. 

 

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
Estudio Tavares na 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte, que segue até o dia 19 de dezembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento homenageia o Movimento Armorial, iniciativa artístico-cultural idealizada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Estudio Tavares na 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte, que segue até o dia 19 de dezembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento homenageia o Movimento Armorial, iniciativa artístico-cultural idealizada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Estudio Tavares na 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte, que segue até o dia 19 de dezembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento homenageia o Movimento Armorial, iniciativa artístico-cultural idealizada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Estudio Tavares na 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte, que segue até o dia 19 de dezembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento homenageia o Movimento Armorial, iniciativa artístico-cultural idealizada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Estudio Tavares na 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte, que segue até o dia 19 de dezembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento homenageia o Movimento Armorial, iniciativa artístico-cultural idealizada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
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Estudio Tavares na 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato, a Fenearte, que segue até o dia 19 de dezembro, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Com o tema "É Festa no Reino da Arte", o evento homenageia o Movimento Armorial, iniciativa artístico-cultural idealizada pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna - ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

A atual Fenearte é a primeira que Marcelo está participando. As peças mais baratas no seu estande custam R$ 15 e eram umas cambuquinhas que já acabaram. Ele também levou várias figuras de São Francisco de Assis e só restava um na quinta-feira (15). "O estande foi bem visitado, as vendas foram boas, as pessoas passam e dão os parabéns pelo trabalho. Foi emocionante estar na feira no meio de pessoas que admiro como artista. Fui trazendo peças todos os dias para renovar o estande, caso contrário já estava vazio. Não foi fácil chegar até aqui depois da pandemia", afirma.  

CAFÉ

A feira inclui também queijos, cachaça e doces feitos artesanalmente e até cafés com uma torra especial. É o caso da empresa pernambucana Kaffe, que significa café em dinamarquês. "A torra é o processo no qual o café libera as suas reações físico-químicas que são as notas, algo que lembra um sabor específico", explica o mestre de torra, Eudes Santana, que atuou, profissionalmente, durante muitos anos como fotógrafo.

Ele iniciou a feira vendendo 10 tipos de cafés especiais. Na quinta-feira, só estavam disponíveis seis. Os cafés especiais disponibilizam a rastreabilidade, composta por várias informações como os dados do produtor, da região, como foi a pós-colheita, a altitude, características do produto e as notas, que são os sabores que o café lembra. No estande, podem ser provados cafés com notas de caramelo, limão siciliano, manga, melão, entre outras. "Tudo depende do método que faz a torrefação", conta Eudes. 

No estande, também estão à venda o Koar, um suporte para colocar o filtro de papel confeccionado em acrílico, cerâmica vitrificada e porcelana. O Koar é um sistema de extração de café criado em Pernambuco por um publicitário, uma barista e um engenheiro, segundo Eudes. Os cafés variam de R$ 32 a R$ 44 e Koar de cerâmica está à venda por R$ 215.

FEIRA

Os ingressos custam a partir de R$ 5. A expectativa é de que o evento gere 2,5 mil postos de trabalho temporários e de que ocorram vendas de aproximadamente R$ 40 milhões. Os organizadores esperam atrair 200 mil visitantes. O funcionamento da feira é das 14h às 22h, da segunda a sexta-feira. E, nos finais de semana, o evento começa às 10h e vai até as 22 horas.

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