Guedes: Se inflação continuar subindo, auxílio aí sim vai para R$ 600 e R$ 800
Atualmente, benefício paga parcelas de R$ 400
Após ceder a reajuste de salários de policiais e de carreiras do Ministério da Justiça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, alertou nesta sexta-feira (17) que aumentos para o funcionalismo são "uma ameaça para o futuro". Segundo ele, se inflação continuar subindo, Auxílio Brasil vai acabar tendo que subir de R$ 400 para R$ 600 ou R$ 800.
"Conversei abertamente com o presidente Bolsonaro e com o ministro Anderson Torres. O presidente pega categorias que acha que são favoráveis e fala que quer fazer reestruturação de cargos, e sugeri fazer na reforma administrativa. Agora uma porção de gente vai pedir reposição salarial também, e isso é uma ameaça. Vai virar bagunça, cuidado", afirmou.
- Inflação pode anular efeito eleitoral do Auxílio Brasil, avaliam parlamentares da base do governo Bolsonaro
- Lewandowski dá 48h para Senado explicar criação de fila para o Auxílio Brasil
- Câmara conclui votação da PEC dos Precatórios, que viabiliza Auxílio Brasil de R$ 400
- Caixa paga Auxílio Brasil para beneficiários com NIS final 6
Ainda assim, Guedes considerou que essas pressões por melhorias salariais são naturais. "A democracia é viva. Estou fazendo minha parte, e o presidente está fazendo a parte dele. Eu estou na outra ponta, avisando que é ameaça", completou.
Guedes também afirmou que os governadores não deveriam ceder às pressões por aumento de salários. "Se sair uma onda generalizada de reposições de salários quando a economia acabou de se levantar e a inflação está subindo, vamos romper o compromisso com as gerações futuras. Quem pede aumento de salários está dizendo: já tomei a vacina e quero meu dinheiro de volta. Quero renegar o meu sacrifício. Se fizermos isso, vamos rolar para frente esse endividamento para nossos filhos e netos", enfatizou, em coletiva de fim de ano.
O ministro alertou que a inflação é pior para a população assalariada. "Os bancos estão protegidos da inflação, com JCP, e orçamento. Mas com indexação (dos salários), vamos para a desorganização. Se o barulho político prevalecer sobre compromissos que assumimos, vai ser muito ruim", concluiu.