Pandemia

Setor de eventos em Pernambuco critica possível proibição total de festas no Carnaval por causa do avanço da covid

Expectativa é de lockdown em fevereiro para evitar disseminação da covid-19 e da variante ômicron no Carnaval 2022

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Adriana Guarda

Publicado em 11/01/2022 às 16:37 | Atualizado em 11/01/2022 às 16:48
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Com o avanço da covid-19 em Pernambuco, a expectativa é de que o Carnaval 2022 não aconteça nem nas ruas nem nas festas privadas. O governo do Estado sinalizou que o cenário epidemiológico não está para folia e anunciou nesta segunda-feira (10) o aumento de medidas restritivas para o setor de eventos e outras atividades. O aperto nas restrições para festas, shows e outros eventos seria um primeiro movimento para proibir completamente essas manifestações em fevereiro. Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que os casos do novo coronavírus voltaram a explodir logo após a festa de réveillon. Apesar da proibição de shows públicos na orla, as festas particulares foram liberadas. A notícia de um provável lockdown foi criticada pelo setor de eventos, que também lamentou as novas regras restritivas. 

O decreto do governo de Pernambuco prevê uma diminuição do público máximo nos eventos de 7,5 mil para 3 mil pessoas para locais abertos. No caso de casas fechadas, a tolerância é de mil pessoas. Além disso, só poderão ter acesso a festas e outras manifestações quem comprovar que tomou as duas doses da vacina contra a covid-19. Uma outra exigência é a apresentação de teste negativo para a doença, com antecedência de 24 horas no caso do teste rápido e de 72 horas para exames de RT-PCR. Tanto a cobertura vacinal quanto o teste são exigências para eventos com mais de 300 pessoas. No caso de quem tem idade a partir de 55 anos será exigida a dose de reforço da vacina (3ª aplicação).  

A presidente da Associação Brasileira das Empresas de Eventos (ABEOC) seção Pernambuco, Tatiana Marques, diz que o setor é a favor das normas sanitárias e que a atividade tem cumprido bem os protocolos, mas discorda que os eventos estejam associados ao aumento do número de casos e seja costantemente penalizado. 

"Falta diálogo com quem tem conhecimento sobre o que é um evento. Exigir a vacinação, álcool, lavar as mãos e usar máscara é inquestionável, sobretudo com o H2N3 virando o Recife e o Brasil todo de cabeça pra baixo, mas faltam outras medidas. Por que não pensamos em disponibilizar teste de RT-PCR para a população aliado à vacina? Os eventos corporativos, científicos e técnicos cumpriram e cumprem bem os protocolos. Não é justo a atividade correr o risco de parar tudo. O setor de eventos não aguenta. Quem foi o gênio da epidemiologia, imunologia que descobriu essa preferência do coronavírus por eventos?", ironiza Tatiana.

A presidente da ABEOC diz que faltam informações sobre os prejuízos sofridos pelo setor, mas um dos maiores impactos foi o desfazimento de equipes inteiras de profissionais. "As pessoas tiveram que correr para sobreviver indo fazer outra coisa e este não é um ativo que ser reconstrói de uma hora para outra. Saúde e lazer são direitos constitucionais e o setor está disposto a contribuir com os protocolos, mas não merece ser penalizado", defende.  

PROTESTO 

No ano passado, o setor de eventos fez protesto em frente ao Palácio do Campo das Princesas para pedir a flexibilização das regras para a atividade e chamar atenção para o fechamento de empresas e aumento do desemprego na atividade. No processo de reabertura da economia, os eventos ficaram entre os últimos setores a se beneficiar da flexibilização. O decreto mais recente antes do que foi pubicado na segunda era de novembro de 2021. 

A regra permitia acomodar um público equivalente a 60% da capacidade do local do evento. "Por exemplo, um espaço com capacidade para 10 mil poderia acomodar 6 mil para garantir o distanciamento. Isso variava dependendo se o local era aberto ou fechado", explica Tatiana. 

ADVERISIDADE

Quando o governo de Pernambuco fala de um cenário epidemiológico desfavorável está levando em consideração o aumento do número de casos de covid-19, a confimação de casos da variante ômicron, o avanço da influenza e a lotação das unidades da rede de saúde e a alta taxa de ocupação das UTIs com filas de espera. 

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