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Fim da Oi Móvel: migração de clientes pode levar até um ano, com aumento de custo em Pernambuco

No Estado, migração para a Claro e Vivo precisará dar conta de pouco mais de 3,4 milhões de linhas pré e pós-pagas atualmente na Oi

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 10/02/2022 às 17:33
TÂNIA REGO/ AGÊNCIA BRASIL
TRANSFERÊNCIA Mudança de clientes entre operadores de telefonia pode levar até um ano, com aumento de custo em Pernambuco - FOTO: TÂNIA REGO/ AGÊNCIA BRASIL
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Até então com maior participação no mercado de telefonia móvel em Pernambuco, levando-se em consideração tanto os planos pré-pagos quanto os pós-pagos, a Oi Móvel abrirá espaço para a migração de mais de 3,4 milhões de linhas em todo o Estado. O processo, que sera liderado pela Vivo e a Claro poderá levar até um ano para ser concluído e, ao que indicam estudos de mercado, com carestia ao consumidor. 

Nessa quarta-feira (9), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, com restrições, a compra da Oi Móvel pelo consórcio formado por Claro, Vivo e TIM. O aval foi condicionado ao cumprimento de um pacote de medidas negociado com as operadoras, que incluem o aluguel de uma parcela do espectro - faixas de ar por onde passam os dados da comunicação - adquirido no negócio, além da venda de antenas e equipamentos, que pode chegar a metade dos ativos que pertenciam à Oi. 

O negócio prevê a migração de 42 milhões de clientes atuais da Oi, sendo: 14,5 milhões de linhas para a TIM; Claro, 11,7 milhões; e Vivo, outros 10,5 milhões. Pelo código de área, serão distribuídos um total de 29 DDDs para a Tim; 27, para a Claro e 11, para a Vivo. 

A divisão leva em conta a participação de mercado das operadoras. No caso de Pernambuco Claro e Vivo assumirão os clientes da Oi. A Vivo deverá ter a maior parte deles, assimilando os números com DDD 81. Já a Claro terá os clientes com números de DDD 87. 

Na prática, isso quer dizer que o cliente passará a ver outra marca nas faturas, contará com a cobertura e qualidade do serviço da nova operadora e poderá pagar mais caro por isso. No Estado, a Oi era a empresa que comercializava os produtos mais baratos do setor, segundo levantamento do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Como as empresas, embora questionadas, não apresentam nenhuma alternativa para manutenção de preços com a migração, no cenário posto, o preço pago pelos pacotes de telefonia e dados móveis dos atuais clientes Oi deverá subir. 

De acordo com o Idec, comparando 16 planos oferecidos pelas operadoras, a Oi atualmente oferece os serviços pelos menores preços. Na capital pernambucana, no plano pré-pago, o cliente da Oi paga atualmente R$ 14 por 15 Gigabytes (GB), ou seja, R$ 0,93 por GB. Nas demais operadoras, o preço de 4 GB chega a R$ 19,99, elevando a quantia paga por GB para R$ 4,99.

Na Claro, o consumidor paga atualmente R$19,99 por 6 GB, o equivalente a R$3,33/GB. Na Vivo, que deverá herdar o maior número de linhas da Oi Móvel no Estado, são cobrados R$ 19,99 por 4GB, ou seja, R$4,99/GB.

Nos planos pós e controle, no Recife, a operadora Oi oferta ao usuário planos de 50 GB por R$49,99 e de 40 GB por R$54,99. A Vivo oferece 53 GB por R$ 139,99 e 43 GB por R$119,99. A Claro oferta 60 GB por R$ 119,99 e 30 GB por R$64,99. 

A reportagem deste JC procurou Vivo e Claro para saber detalhes sobre o processo migratório. A Claro não respondeu aos contatos feitos. Já a Vivo garantiu que a "finalização da aprovação regulatória e concorrencial da operação de venda dos ativos móveis da Oi permite um rearranjo do setor que vai proporcionar mais investimentos, concorrência e melhores serviços para o consumidor".

Em todo o País, a Vivo deve receber cerca de 10 milhões de clientes da Oi, estimando o prazo de migração para um período de até 12 meses. A operadora não divulgou o número total de clientes a serem incorporados no Estado. 

"A Vivo está preparada para a chegada de novos clientes – hoje na Oi –, o que ocorrerá principalmente no Nordeste, onde os usuários da Oi passarão a contar com os serviços e a rede da empresa que é líder em pré e pós-pago, sem qualquer prejuízo em relação às condições comerciais que têm atualmente na Oi", garante a operadora. 

Segundo a base de dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) compilados pela consultoria Teleco, dos 10.052.450 celulares no Estado em novembro de 2021, 3.440.443 eram dos planos pré e pós-pagos da Oi, o equivalente a 34% do market share. 

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