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Brasil tem menos desempregados, mas renda do trabalho já não garante sobrevivência

Número do trimestre móvel (dezembro a fevereiro) da Pnad Contínua apontam redução de 8,8% do rendimento na comparação anual

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 31/03/2022 às 9:48
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A taxa de desemprego ficou em 12,5% no terceiro trimestre - FOTO: NE10
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A taxa de desemprego no Brasil caiu, segundo os dados da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas, na mesma direção, seguiu a renda dos brasileiros. 

A taxa de desocupação (11,2%) do trimestre móvel de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022 recuou 0,4 ponto percentual em relação ao trimestre de setembro a novembro de 2021 (11,6%) e 3,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.

Quanto à renda, na comparação com o período apurado no ano anterior, a queda foi de 8,8%. 

Segundo a Pnad, a população desocupada (12,0 milhões de pessoas) recuou 3,1% (menos 389 mil pessoas) frente ao trimestre anterior (12,4 milhões de pessoas) e 19,5% (menos 2,9 milhões de pessoas desocupadas) em relação ao mesmo período do ano anterior (14,9 milhões de pessoas).

No contingente de pessoas ocupadas, há aproximadamente 95,2 milhões, com estabilidade ante o trimestre anterior e alta de 9,1% (7,9 milhões de pessoas) ante o mesmo período do ano anterior.

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 55,2%, apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior e subiu 4,1 pontos percentuais ante igual trimestre do ano anterior (51,1%).

A questão da renda pode estar diretamente ligada às novas condições de trabalho que têm ganhado força ao longo do período auferido. 

Os dados da Pnad apontam que o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 34,6 milhões de pessoas, subindo 1,1% (371 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 9,4% (acréscimo de 3 milhões de pessoas) na comparação anual.

Mas o número de empregados sem carteira assinada no setor privado (12,3 milhões de pessoas) apresentou alta de 18,5% (1,9 milhão de pessoas) no ano. O número de trabalhadores por conta própria  também subiu 8,6% (mais 2 milhões de pessoas) no ano.

A taxa de informalidade também segue expandindo-se, atingindo 40,2% da população ocupada, ou 38,3 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido de 40,6% e, no mesmo trimestre do ano anterior, 39,1%.

Com esse cenário, a renda de R$ 2.511 no trimestre encerrado em fevereiro, apresentou estabilidade frente ao trimestre de setembro a novembro de 2021, mas uma redução de 8,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A massa de rendimento real habitual, ou seja, sem a divisão do bolo do rendimento, (R$ 234,1 bilhões) ficou estável nos dois períodos de comparação. 

Pernambuco tem cenário devastador 

Embora o período de levantamento do IBGE não apresente dados regionais, Pernambuco vem nas últimas pesquisas apresentando um cenário ainda muito preocupante. O Estado encerrou 2021, com taxa de 19,9% no número de desocupação. A cada 100 pessoas, 20 estão fora do mercado de trabalho.  A informalidade também avançou, e em 2021 alcançou taxa recorde de 51,9%. 

Enquanto em 2012 o rendimento médio do trabalho era de R$ 2.137 no Estado, no ano passado a renda  fechou em R$ 1.837.

 

 

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