Combustíveis

Gasolina pode baixar ou subir de preço com saída de presidente da Petrobras?

O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, pediu para deixar o cargo

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Cássio Oliveira

Publicado em 20/06/2022 às 11:03 | Atualizado em 20/06/2022 às 16:42
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Em meio à pressão do Governo Bolsonaro, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, pediu para deixar o cargo na manhã desta segunda-feira (20).

"A nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora", informou a estatal em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

José Mauro Coelho foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para o cargo, tomou posse em 14 de abril e foi demitido no dia 23 de maio.

Quando a gasolina vai baixar de preço?

A saída do cargo abre caminho para que o novo indicado pelo governo, Caio Paes de Andrade, tenha sua posse acelerada.

A crise teve início na sexta-feira (17), quando a Petrobras anunciou reajustes de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel. Os novos valores passaram a vigorar a partir deste sábado (18).

O preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. 

Para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. 

Com a saída do presidente, os preços, por enquanto, se mantém. A deputada Talíria Petrone (PSOL), por exemplo, disse que de nada adianta mudar somente o presidente da estatal. 

"Mudar o comando não vai adiantar se não mudarmos essa política pra abaixar, de verdade, o preço da gasolina", afirmou a parlamentar.

"Enquanto a política de preços do combustível não mudar, o consumidor continuará pagando pela gasolina a preço de dólar", disse o deputado federal Chico D'Angelo (PDT).

cabe destacar que, mesmo produzida com matéria-prima nacional, a gasolina sofre influência direta da cotação internacional do barril de petróleo e do câmbio do dólar. Desde 2021, o preço do combustível vem crescendo sem dar sinal de que vai parar.

Jair Bolsonaro

Quando houve o aumento, o presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas à Petrobras. Ele se vê pressionado com reajustes que impactam em sua popularidade em ano eleitoral.

No Twitter, ele afirmou que "o Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais".

Em seguida, ele citou a possibilidade de uma greve de caminhoneiros, em decorrência do preço dos combustíveis. "A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo".

Arthur Lira

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também criticou o reajuste anunciado nesta sexta-feira e pediu a renúncia imediata do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho.

"O presidente da Petroras tem que renunciar imediatamente", tuitou Lira. "Ele só representa a si mesmo e o que faz deixará um legado de destruição para a empresa, para o país e para o povo. Saia!!!"

Arthur Lira (PP-AL), inclusive, deve reunir os líderes partidários nesta segunda-feira (20) para analisar proposta de taxação dos lucros da Petrobras e mudanças na política de preços praticada pela estatal.

"A Petrobras não dá um sinal a diminuir seu lucro de 30%, está trabalhando para pagar dividendos a fundos de pensão internacionais. Não custava nada esperar resultados do que estamos fazendo para diminuir a inflação para os mais vulneráveis antes de anunciar novos aumentos", criticou.

Com a nova taxação, Lira espera reverter recursos para população e criar, por exemplo, "voucher combustível para caminhoneiro e taxistas".

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