Vai ter greve dos caminhoneiros? Veja o que se sabe após o aumento da gasolina e do diesel
A Petrobras anunciou aumento no valor dos combustíveis na última semana
Presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim disse ser possível uma greve dos caminhoneiros no Brasil após o aumento na gasolina e no diesel anunciado pela Petrobras na última semana.
Wallace, conhecido como 'Chorão', se pronunciou por meio de uma nota sinalizando que "a greve é o mais provável”.
“A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável”, diz a nota da Abrava.
Os caminhoneiros criticam uma sobrecarga com as tarifas do diesel somadas às despesas com as manutenções feitas nos veículos. A categoria ainda relata dificuldades em arcar com os custos, “colocando em risco sua própria vida e a de terceiros".
Os caminhoneiros ainda responsabilizam o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), por não ter “reestruturado” a Petrobras e, em contrapartida, ter preferido dar “chilique”.
“A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável”, afirmou a entidade de condutores.
Na sexta-feira (17), o Conselho de Administração da Petrobras anunciou aumento percentual da gasolina em 5,18%, e de 14,26% para o diesel, válidos a partir de sábado, 18.
Em reação ao novo reajuste dos combustíveis, Bolsonaro sugeriu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para investigar a atuação da empresa e investigar o aumento dos preços, chamado por ele de "inconcebível".
"A ideia nossa é propor uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o Conselho Administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles", afirmou em entrevista a uma rádio em Natal, no Rio Grande do Norte.
De acordo com o presidente, a medida já é negociada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), junto a líderes partidários. "É inconcebível se conceder um reajuste, com combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo", seguiu Bolsonaro na entrevista.
Frete deve aumentar
Já a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que representa 15 mil empresas de transportes, informou que o novo aumento do diesel anunciado pela Petrobras vai acarretar um reajuste adicional de no mínimo 5% no valor do frete, fator esse que deve ser aplicado emergencialmente.
A entidade destacou a importância das empresas transportadoras negociarem a inclusão nos contratos antigos e sugere colocar, nos novos contratos, um gatilho para os aumentos do diesel.
De acordo com a entidade, no acumulado do ano a alta do diesel variou em média 28,93% nas bombas de abastecimento. Nos últimos 12 meses, entre junho de 2021 e julho de 2022, a variação média é de 52,69%.
"Desde que a Petrobras passou a realizar ajustes nos preços dos seus produtos a qualquer momento, inclusive diariamente, vem desafiando muito a rotina e manutenção das empresas transportadoras, quanto ao repasse desse custo para os embarcadores (clientes)", afirmou a NTC&Logística em nota.
O que o ICMS tem a ver com aumento da gasolina?
Na última sexta-feira (17), o secretário de Fazenda de Pernambuco e presidente do Conselho de Secretários de Fazenda dos Estados (Consefaz) Décio Padilha, divulgou vídeo onde afirma que há um equívoco do Congresso em tentar baixar os preços dos combustíveis sem atentar para a causa principal que é o aumento dos preços do Barril do petróleo no mercado internacional.