As operações de crédito imobiliário com recursos da poupança e do FGTS atingiram o montante de R$ 112,8 bilhões no primeiro semestre de 2022, caindo 6% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda foi impulsionada sobretudo pela redução da injeção dos recursos via poupança, que reduziram 12% no mesmo período.
Considerando apenas os financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, foram alcançados R$ 85,7 bilhões no semestre, justamente a redução de 12% em relação ao mesmo período de 2021.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), No mês de junho, os financiamentos somaram R$ 16 bilhões, queda de 18,6% no intervalo de um ano, o montante representou -6% em relação a maio deste ano. Ainda assim, foi o segundo melhor mês de junho da série histórica do SBPE, de acordo com a entidade.
“Não conseguiremos chegar ao volume de 2021, mas o ano de 2022 será robusto", disse o presidente da Abecip, Rocha Neto.
Já os financiamentos pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) atingiram R$ 27,1 bilhões, alta de 17% na mesma base de comparação.
O volume das concessões no primeiro semestre, embora abaixo do registrado em igual período do ano passado, manteve-se em patamar elevado, levando em conta FGTS e poupança - sendo o segundo melhor semestre em termos históricos.
O volume de crédito nesses seis primeiros meses é maior do que o concedido no ano inteiro de 2019, e pouco abaixo do somatório dos anos de 2016 e 2017.
Para 2022, o volume total dos empréstimos, se confirmadas as projeções, englobando SBPE e FGTS, é estimado em cerca de R$ 244 bilhões, sendo R$ 180 bilhões projetados pela Abecip para o SBPE e R$ 64 bilhões no FGTS, conforme orçamento do fundo.
Confirmadas as projeções, o volume de financiamento imobiliário terá redução da ordem de 4% em relação a 2021 - melhor ano do setor na série histórica.
RECORDE DE SAQUES NA POUPANÇA
Em meio ao cenário de inflação e endividamentos altos, além do baixo rendimento do investimento, a Poupança registrou em julho o seu maior nível de retirada da história, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central, nessa quinta-feira (4). Os saques da caderneta de poupança somaram R$ 12,662 bilhões no mês, batendo o recorde na série histórica do BC, iniciada em 1995.
A retirada no mês passado é mais de cinco vezes maior do que o recorde negativo anterior para o período, de 2015 (-R$ 2,453 bilhões).
Em junho de 2022, os saques foram de R$ 3,755 bilhões, já, em julho de 2021, o saldo foi positivo em R$ 6,377 bilhões.
No ano, até julho, a poupança também tem retirada de recursos, de R$ 63,151 bilhões, volume que supera o ano todo de 2015, o mais negativo da série histórica (-R$ 53,567 bilhões).
Em 2022, somente o mês de maio registrou depósitos líquidos, de R$ 3,514 bilhões.
Em julho, foram colocados R$ 290,421 bilhões e retirados R$ 303,084 bilhões na poupança. Considerando o rendimento de R$ 6,263 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 1,007 trilhão no fim do sétimo mês.
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