RECUPERAÇÃO

Desemprego encolhe no País no segundo trimestre de 2022

IBGE revela Brasil tem 10 milhões de desocupados, menor nível desde dezembro de 2015; taxa oficial caiu de 10,5% para 9,1%

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Publicado em 31/08/2022 às 21:29
Rovena Rosa/Agência Brasil
Comércio teve papel importante da manutenção e geração de empregos - FOTO: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O mercado de trabalho manteve a tendência de redução na taxa de desemprego em julho, puxada por uma recuperação na geração de vagas formais, mas com contribuição também de um aumento no contingente de trabalhadores informais, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego desceu de 10,5% no trimestre terminado em abril para 9,1% no trimestre encerrado em julho de 2022. O resultado foi o mais baixo desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando estava também em 9,1%.

Ainda há 9,882 milhões de pessoas em busca de uma vaga, mas esse é o menor nível de desempregados desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016. Em apenas um trimestre, 1,467 milhão de pessoas deixaram o desemprego, e 2,154 milhões conseguiram um trabalho.

A população ocupada alcançou um recorde de 98,666 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em julho de 2022, com um ápice de 39,294 milhões deles atuando na informalidade.

"A taxa de desocupação permanece em queda", frisou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. "Pelo que a gente observa, esse processo da expansão da ocupação está bastante disseminado pelas atividades."

Segundo Adriana Beringuy, a geração de vagas ocorre por uma recomposição no pós-pandemia de empregos perdidos durante a crise sanitária, mas também há crescimento de atividades que já estavam aumentando as contratações.

"Nenhuma atividade dispensou, nenhuma atividade registrou perdas no trimestre", apontou Adriana Beringuy.

Os destaques no trimestre foram as admissões no comércio e na administração pública, saúde e educação. Este último segmento foi puxado pela absorção de trabalhadores, principalmente, para a educação fundamental no setor público, contou.

"A contribuição do comércio foi bastante significativa para a manutenção do crescimento da população ocupada na pesquisa", afirmou Adriana.

SEM CARTEIRA ASSINADA

De acordo com o IBGE, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado bateu recorde da série histórica com o aumento de 4,8% em relação ao trimestre encerrado em abril, chegando a 13,1 milhões de pessoas.

Por outro lado, a taxa de informalidade teve leve redução, ficando em 39,8% da população ocupada, com 39,3 milhões de pessoas, contra 40% no trimestre anterior. A população fora da força de trabalho ficou estável em julho, com 64,7 milhões de pessoas.

Já a população que está desalentada, ou seja, que não está ocupada nem procurando trabalho, caiu 5% no trimestre e chegou a 4,2 milhões de pessoas. Na comparação anual, a queda chegou a 19,8%, o que representa menos 1 milhão de pessoas. O percentual de desalentados correspondeu a 3,7% da força de trabalho no trimestre encerrado em julho.

O IBGE destaca que o acréscimo de pessoas no mercado de trabalho foi disseminado entre as categorias de emprego. O número de trabalhadores domésticos subiu 4,4% frente ao trimestre anterior e registrou 5,9 milhões de pessoas. O número de empregadores chegou a 4,3 milhões de pessoas, aumento de 3,9%.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado subiu 1,6% no trimestre e ficou em 35,8 milhões de pessoas. Já a quantidade de trabalhadores por conta própria foi de 25,9 milhões de pessoas, o que significa um crescimento de 1,3%. Os empregados no setor público somaram 12 milhões no período analisado, um aumento de 4,7% no trimestre.

RENDA SALARIAL MÉDIA

Depois de dois anos estagnado ou em queda, o rendimento real habitual voltou a crescer e chegou a R$ 2.693 no trimestre encerrado em julho. Adriana Beringuy explica que o aumento foi de 2,9% em relação ao trimestre anterior, embora 2,9% menor que no mesmo período de 2021. "A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2 anos, no trimestre encerrado em julho de 2020", lembra.

Os dados da Pnad Contínua indicam que o aumento no rendimento foi puxado pelos empregadores, que tiveram incremento de 6,1%, ou mais R$ 369; dos militares e funcionário público estatutário, com aumento de 3,8%, ou mais R$ 176; e dos trabalhadores por conta própria, cujos rendimentos subiram 3% ou R$ 63.

A massa de rendimento real habitual foi R$ 260,7 bilhões, um aumento de 5,3% frente ao trimestre encerrado em abril e de 6,1% na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2021.


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