A partir da Zona Oeste do Recife, mais precisamente do bairro do Prado, pensa-se o futuro e em como melhorar o presente, sobretudo a eficiência energética. Consolidando sua atuação nos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento de empresas do setor, o Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), entidade privada sem fins lucrativos, já acumula mais de R$ 100 milhões movimentados em P&D e conduz as possibilidades inovadoras para uso do hidrogênio verde a partir do Complexo Portuário e Industrial de Suape, indicando, entre outras coisas, o que mais poderá ser feito a partir do uso da nova fonte.
Foi através de um produto desenvolvido a partir das pesquisas do IATI que os resquícios de óleo encontrados nas praias do Nordeste foram removidos de rochas e da superfície do ecossistema marinho, com um biogel que tinha os estudos iniciados há 20 anos, mas que agora foram redirecionados para novas formas de uso no produto, podendo chegar inclusive em pequenas tamanhos a locais como oficinas mecânicas e até mesmo indústrias que utilizam óleos mais densos e que demandam um grande trabalho para limpeza.
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É no instituto também que estão em desenvolvimento pesquisas para novos usos do hidrogênio verde, a partir das plantas que estão sendo instaladas nos porto de Suape e Pecém. Ao todo, o IATI soma 4 projetos com foco em hidrogênio verde, sendo um já concluído e três em andamento.
Em Pecém, no Ceará, um investimento de R$ 45 milhões garante atuação conjunta com a EDP e Hytron energia. Já em Pernambuco, dois projetos estão em andamento e dão pistas sobre as possibilidades de uso do hidrogênio verde na cadeia de resfriamento e também de mobilidade.
Com a Termopernambuco - termoelétrica da Neoenergia localizada em Suape -, o IATI desenvolve junto à Hytron Energia possibilidade de uso do hidrogênio verde para resfriamento da termelétrica, num investimento de R$ 18 milhões. O projeto contempla ainda a criação de uma "estação de carregamento de veículo com hidrogênio verde", para uso em empilhadeiras, que hoje são movidas a gás.
Outra iniciativa, com a energética Suape II, termelétrica localizada no complexo, já foi concluída e diz respeito ao uso do hidrogênio junto ao diesel para acionamento dos motores da usina. Embora não revelem a proporção de cada combustível para ativação do motor, a pesquisa desenvolvida pelo IATI já verificou uma redução de custos em torno de 10%, além de redução na casa dos 30% das emissões poluentes.
O próximo passo está na mistura também em motores de veículos também com outros combustíveis como gasolina e etanol, o que já foi testado e teve a mesma economia comprovada. O que para um futuro com redução do preço do hidrogênio verde, poderá ganhar maiores aplicações.
Mas o instituto também busca soluções com aplicabilidade para além do mercado energético. Ainda em atuação com a Neoenergia houve o desenvolvimento de um sistema indutor para carregamento de drones junto à rede de transmissão da energia elétrica. Em outras palavras, o drone é carregado ainda em uso pela proximidade com a energia elétrica que está sendo transportada na fiação.
"É um projeto que desenvolvemos para que a Neoenergia faça a manutenção de toda a sua rede de transmissão. Se pensar no alcance disso, há espaço para uso em empresas como Uber e Ifood, que precisam de vida longa de baterias para fazer entregas, por exemplo", cita Guilherme Cardin.
Neste mês, o IATI conseguiu a certificação da ANP para conseguir também desenvolver pesquisas junto a empresas de óleo e gás, o que abre amplia o leque para mais inovações a serem apresentadas ao mercado e ajudar no desenvolvimento de serviços para as pessoas.
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