O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (28), durante a participação no programa Pânico, que a pesquisa que apresenta 33 milhões de brasileiros passando fome é uma narrativa política ou é um trabalho mal feito. Segundo ele, o número e "completamente despropositado".
"Não posso acreditar nisso porque eu digitalizei 38 milhões de pessoas. O Ipea fez um trabalho e disse que o teto disso seria 7 milhões. No mundo em que a guerra empobreceu os mais frágeis, o Brasil está reduzindo a pobreza. Ou é narrativa política ou é um trabalho mal feito. Se tivéssemos 33 milhões de brasileiros passando fome nós estávamos na pandemia. O dado de 33 milhões passando fome é um número completamente despropositado", disse o ministro.
Guedes ainda declarou que o Brasil está apoiando a entrada de todos os países nos Brics e na OCDE. Segundo ele, o País deve "dançar com todo o mundo". Questionado sobre o apoio do Brasil à Rússia, o ministro da Economia afirmou que o governo condenou a invasão à Ucrânia.
Segundo Guedes, mesmo com uma recessão mundial, o Brasil vai continuar a crescer porque tem uma dinâmica própria por ser um país continental.
"Vem recessão mundial, mas não se deixem abater", disse o ministro.
Ele ainda afirmou que algumas decisões políticas são tomadas para estimular alguns mercados específicos. Um exemplo disso é a redução de impostos para a compra de videogames e jogos.
CRÍTICAS A CIRO
O ministro da Economia ainda afirmou que votou em Ciro Gomes quando ele concorreu contra Fernando Henrique Cardoso, que tentava a reeleição. Segundo Guedes, a indignação de Gomes sempre chamou sua atenção. Entretanto, o ministro disse que não concorda com as ideias econômicas do atual candidato pelo PDT.
"No mandato de FHC quando ele quis ser reeleito, votei no Ciro. O problema do Ciro é que ele cismou que é economista", disse o ministro.
Guedes diz que é contra a reeleição, entretanto, para ele, "com quase 30 anos de governos de esquerda", Bolsonaro merece ser reeleito.
PRAIAS
Guedes criticou a má gestão pública, afirmou que a União possui "trilhões" de ativos que não são usados e perguntou por que um "grupo de fora", interessado em oferecer US$ 1 bilhão por uma praia brasileira, não poderia fazer o negócio.
"O caso do Brasil é um caso clássico de má gestão. Tem trilhões de ativos mal usados", começou o ministro.
E completou: "Por exemplo, tem um grupo de fora que quer comprar uma praia numa região importante do Brasil, quer pagar US$ 1 bilhão. Aí você chega lá, pergunta: vem cá, vamos fazer o leilão dessa praia? Não, não pode. Por quê? Isso é da Marinha. Você fala: e quanto a gente recebe por isso aí? A gente pinta lá o quartel deles uma vez por ano. Como é que pode um negócio desses? É muito mal gerido o troço. Não é de ninguém, quando é do governo não é de ninguém."
Durante a entrevista, o ministro ainda voltou a criticar o teto de gastos e exaltou medidas econômicas do governo.
"Fizemos em tempos de guerra o que os políticos não fazem em períodos de paz. A classe política mantém 96% do orçamento carimbado e briga por 4%", disse o ministro.
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